Empresas de gerenciamento de risco, por sua vez, passaram a vetar o uso do trecho sul por transportadoras de carga. Pelo menos três alertaram seus clientes.
Não há como assegurar que nada aconteça em uma estrada cheia de áreas de sombra (onde celular não pega), diz a associação das gerenciadoras de risco.
“Quando a carga é considerada valiosa, como eletroeletrônicos, pneus e cobre, nós estamos proibindo o tráfego à noite pelo trecho sul“, diz Cyro Buonavoglia, presidente da Gristec (associação de gerenciadoras).
A entidade reúne quase cem companhias.
Marcelo Brandão, diretor em uma empresa do setor, a Columbia, diz que orienta seus clientes a usar a av. dos Bandeirantes. A restrição atinge principalmente cargas acima de R$ 100 mil.
A Gab Transportes toma a mesma precaução.
No início do mês, o Setcesp (sindicato das transportadoras de carga) pediu mais presença da polícia. Há duas bases policiais nos 61 km.
Os caminhoneiros ainda dizem que dos dois lados da estrada também existem algumas vicinais que poucos conhecem. Após um assalto, podem virar rotas de fugas.
“A sensação é de estrada abandonada. Nenhuma outra do Estado está assim“, afirma Cyro Buonavoglia.
Na quarta-feira, a Folha foi à rodovia à noite e a encontrou praticamente deserta. Três minutos se passaram sem que que a reportagem avistasse outro veículo.
Por enquanto, as estatísticas oficiais não subsidiam a sensação de insegurança.
Houve um roubo de caminhão e três de colheitadeiras desde que o trecho sul foi inaugurado, em 1º de abril, segundo a Secretaria de Estado dos Transportes.
A secretaria foi indicada pela Polícia Rodoviária Estadual para falar sobre o tema.
O motorista autônomo Nivaldo Aparecido Quepe, 31, relata ser uma vítima da insegurança. Ele conta que um problema no motor do caminhão o fez parar no acostamento à noite. Dois homens armados saíram do mato e lhe roubaram R$ 400, dois celulares e um Nextel. “Ali, agora, só de dia.“
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