Matriz de materialidade: descubra por onde começar suas ações de sustentabilidade
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O primeiro passo de qualquer organização que queira trabalhar o ESG de forma integrada ao seu negócio é desenvolver uma matriz de materialidade

Já conhecida em outras áreas de gestão, a materialidade, quando aplicada à sustentabilidade, tem por objetivo identificar e priorizar aspectos de ordem material que sejam relevantes para a organização e seus stakeholders (termo do inglês, que em tradução livre significa partes ligadas à instituição).

Ou seja, se a sua empresa cogita começar a devolver ações em sustentabilidade, ela deverá usar essa matriz como uma bússola que indicará as estratégias a serem adotadas.

“A materialidade apontará quais são os temas que aquela organização tem capacidade de gerenciar e quais os aspectos positivos e negativos estão mais alinhados com quem ela é”, indica Viviane Oliveira, head de Novos Negócios na SEALL Intelligence.

Oliveira explica que, ao trabalhar essa metodologia, é possível agrupar informações e fazer um mapeamento dos temas ESG, identificando oportunidade de redução e mitigação de riscos e de aumento do impacto positivo, em um panorama que tem a ver com a essência da organização.

Não é só fazer

A especialista lembrou um caso que repercutiu na mídia, de uma cervejaria, em 2021, que resolveu apoiar o ‘Dia Mundial Sem Carne’ e postou a seguinte mensagem em uma rede social: “Neste Dia Mundial Sem Carne, que tal comer e beber mais verde? A cerveja feita com água, malte, lúpulo e nada mais. É a opção perfeita para o acompanhamento de hoje”.

Ainda que a intenção tenha sido por uma boa causa, a cervejaria foi criticada por setores do agronegócio, por de certa forma atingir uma cadeia de negócios da qual também faz parte. A cerveja é um produto obtido a partir de matérias-primas oriundas do campo.

“O mercado não espera que você faça tudo, e sim, que seja coerente”, lembra Oliveira, acrescentando: “a matriz de materialidade atua justamente para diminuir o risco de tomar uma medida achando que é benéfica, mas que na realidade vai contra o seu modelo de negócio”.

O jeito de conectar os problemas as soluções

A especialista explicou que as empresas devem buscar a materialidade dentro da ‘Agenda 2030’ da ONU, que é um mapa público, no qual há 17 objetivos temáticos, contendo 169 metas, cujo alcance é apontado por 248 indicadores.

“Já foi realizado um trabalho de entender, enumerar e nomear as metas globais, para que isso seja visto por governos e instituições. É a agenda mais aceita no mundo”, diz ela.

Oliveira destacou também quais ODS são inerentes à maioria das empresas, entre os principais aqueles que preveem:

  • 8 Emprego Digno e Crescimento Econômico – Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos
  • 9 Indústria, Inovação e Infraestrutura – Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação, e o
  • 12 Consumo e Produção Responsáveis – Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis

Assim, o primeiro passo a ser trilhado para quem quer ser sustentável é encontrar os ODS que fazem sentido para o seu negócio. Pensar em como promover o alcance destes objetivos, combinando suas estratégias ESG (Ambiental, Social e Governança).

“Não é só uma questão ambiental, social ou de governança, é uma questão de convergência destes 3 pilares mais essa agenda”, contou. Este é o início da materialização da sustentabilidade.

A especialista compartilhou que o termo ESG nasceu de um conceito do mercado financeiro. Também afirmou que, quando a empresa não olha para esses pilares, ela está pondo em risco o negócio. “O consumidor e o cliente estão mudando a relação com fornecedores, exigindo deles boas práticas”.

Além dos mais, os indicadores de sustentabilidade têm ganhado mais destaque nas bolsas de valores, impulsionados pela crescente demanda por investimento responsável.

“Não é novidade, muitos BIDs [(sigla para Bidding Process, que indica um processo de contratação)] já inserem requisitos de sustentabilidade, a fim de considerar as transportadoras aptas para a prestação de serviço”, advertiu Oliveira.

Esse é mais um alerta para as transportadoras que ainda não incorporaram a sustentabilidade em seu negócio: no futuro, seu mercado de atuação poderá se tornar cada vez mais restrito. E quem ainda não tem parâmetros ESG, agora sabe por onde começar!

 

 


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