Levantamento revela que 31% das companhias ainda não utilizam a tecnologia em suas atividades
A inteligência artificial (IA) está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas; entretanto, seu uso ainda está em fase inicial em 41% das empresas. Ao mesmo tempo, 15% já integraram a tecnologia em processos considerados primordiais para que se atinjam os objetivos estratégicos do negócio), e 12% utilizam IA como diferencial competitivo. Por outro lado, 32% das companhias ainda estão estudando a possibilidade de usar da ferramenta.
É o que revela a pesquisa “Transformando o futuro: adoção de Inteligência Artificial nas empresas brasileiras”, realizada pelo Instituto de Formação em Tecnologia e Liderança (IFTL).
A pesquisa contou com 302 respondentes, em sua maioria da área de gerência (42%), seguida pelo setor operacional (30%) e alta liderança (29%). O estudo mostra que as empresas têm interesse em usar a IA. Porém, o processo é acompanhado por insegurança dos funcionários, principalmente pela falta de conhecimento especializado (31%), preocupações com segurança de dados (18%), orçamentos limitados (17%) e resistência cultural (12%).
Os dados, obtidos com exclusividade pelo Valor, revelam que as empresas de tecnologia são as que mais fazem uso da ferramenta, correspondendo também à maioria dos respondentes (38%). A pesquisa também mostra que há um crescimento nos investimentos dos setores de educação (11%), serviços financeiros (12%) e consultoria (8%).
Interesse de todas as empresas
Ainda de acordo com o estudo, o uso de IA é uma preocupação das empresas de todos os tamanhos, mas a tendência é que as grandes corporações tenham três vezes mais chances de sucesso.
O CEO do IFTL, Edmee Moreira, diz que é necessário um alto investimento na implementação de IA, e que isso pode causar desigualdades no processo. “As empresas maiores vão ter acesso às melhores tecnologias, enquanto as menores vão ter mais dificuldade para terem seus processos automatizados”, afirma.
Moreira diz que, enquanto os executivos mostram empolgação quanto ao uso de IA, funcionários das áreas operacionais têm mais resistência. Ele explica que, nas empresas, além da falta de uma regra de uso definida, os funcionários também se preocupam se serão substituídos pelas IAs.
O especialista considera que, no contexto da adoção das IAs pelas empresas, pode surgir a necessidade de contratar profissionais mais capacitados, mas em menor quantidade e com salário melhor. “Em vez de ter um operador ali fazendo o básico, terá uma pessoa muito mais analítica olhando tudo que está acontecendo e entrando no nosso processo quando necessário” explica.
Caminhos seguros para a implantação de IA
Moreira sugere que os profissionais olhem para os softwares disponíveis e analisem quais são úteis para as suas necessidades.
Já para as empresas, o CEO recomenda que usem caminhos seguros nesse processo. Um deles é implementar uma versão própria da IA garantindo que os dados não irão sair da companhia. Mas, o CEO reforça que o custo é caro.
“O que as empresas mais estão procurando é capacitar os funcionários. Esse ano e o próximo serão de capacitação. As companhias terão que pagar para que as pessoas entendam”. E complementa: “acho que o próximo ano será de análises dos projetos que vão ser implantados. A gente vai começar a ver os primeiros resultados porque as empresas estão muito focadas em fazer pequenos projetos para testar essa tecnologia”.
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