A partir desta segunda-feira (16) passa a valer no Brasil o maior percentual de etanol no derivado de petróleo. Ou seja, a gasolina passa a conter 27% de álcool em sua composição, ante os 25% praticados anteriormente. A pedido da Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, a gasolina premium não sofreu alterações e continua com o percentual de 25%.
A medida, autorizada pelo governo em comunhão com usinas sucroalcooleiras e a Anfavea visa beneficiar os produtos do biocombustível, que precisam escoar a produção do derivado da cana. Com os 2% a mais na mistura, a Unica (União Nacional da Indústria da Cana-de-Açúcar) prevê aumento de 1 bilhão de litros ao ano na demanda interna.
Danos aos motores
Este é o maior percentual de álcool na gasolina, desde que a mistura passou a ser autorizada pelo governo. Entretanto, a nova gasolina pode gerar prejuízos, por conta do possível desgaste prematuro das peças do motor dos automóveis, com exceção dos modelos com tecnologia flex – maioria esmagadora de veículos novos licenciados no Brasil -, que estão preparados para rodar com os dois combustíveis. A preocupação, no entanto, está nos automóveis que rodam apenas com gasolina, assim como antigos e importados, esses últimos que correspondem por 6% das vendas no País.
Especialistas alertam para problemas de corrosão em peças como o tanque de combustível e carburadores (para os poucos carros que ainda não contam com sistema de injeção). Segundo eles, as peças podem ter sua vida útil reduzida. A Anfavea ainda não concluiu os testes de durabilidade para identificar quais danos a nova mistura poderá causar aos veículos. Segundo a associação, os testes são fundamentais para que eles possam recomendar o uso irrestrito do combustível com o novo teor de etanol. Os resultados devem ser apresentados no mês que vem.
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