Placa Mercosul dificilmente sai em 2019 para São Paulo
Compartilhe
Data – hora / Fonte

O Estado de São Paulo, dono da maior frota de veículos do Brasil, com mais de 30 milhões de unidades (praticamente um terço do total registrado em todo o país) dificilmente terá condições de implantar a Placa Mercosul este ano. De acordo com relato de fontes do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo) ouvidas por UOL Carros, a indefinição do governo federal quanto ao formato da placa, já disponível em sete Estados e presente em cerca de 1 milhão de veículos, é a principal causa do novo atraso — associada à dificuldade de adaptar o banco de dados veiculares paulista com o sistema nacional de informações.

São Paulo e os demais estados que ainda não migraram para a placa Mercosul têm até o dia 30 de junho para adotarem o novo formato, conforme determinação da Resolução 770 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), de dezembro do ano passado — esse foi um de três adiamentos para a Mercosul valer em todo o país até agora.

Porém, o Denatran recentemente orientou as unidades da federação que ainda adotam a placa cinza a aguardarem a conclusão de novos estudos sobre o padrão Mercosul, abordando aspectos como critérios para credenciamento; questões sobre chip e QR Code; volta dos brasões; definição dos aspectos físicos e técnicos da placa; bem como os custos envolvidos em toda a cadeia produtiva até o consumidor. Na última quinta-feira (21), o Denatran realizou em Brasília (DF) reunião consultiva com a participação de diversas associações de fabricantes e empresas do setor para debater esses aspectos.

“Implementar a placa Mercosul em 30 de junho no Estado de São Paulo é impossível. Até o fim do ano, muito difícil. A partir da definição de como ficará o novo padrão, o prazo necessário para ajustar o sistema de dados dos veículos, a cargo da Prodesp (a companhia estadual de processamento de dados), exigirá um prazo de quatro a seis meses. Não é só mudar a placa”, disse a fonte à reportagem, acrescentando: “Não pode deixar de ter uma definição o quanto antes”.

A fonte entrevistada destaca que a dificuldade, em um estado das dimensões como o paulista, com mais de 640 municípios, acontece porque o sistema de informações de cada cidade precisa ser atualizado para “conversar” com o banco de dados estadual, que por sua vez é integrado ao sistema nacional, bem como ao dos países-membros do Mercosul que já utilizam a nova placa — casos de Argentina e Uruguai. “Algo em torno de 300 a 400 programas terão de ser modificados em todo o Estado por conta da nova placa”, afirma.

Além disso, assim que Denatran e o Contran baterem o martelo sobre o formato definitivo do padrão Mercosul, o Detran-SP terá de abrir nova licitação para contratar as empresas fabricantes, que fazem a chapa da placa, e as estampadoras, que aplicam posteriormente os elementos visuais e de segurança, o que também demandará tempo — essas companhias precisam estar credenciadas no Departamento Nacional de Trânsito, uma nova exigência que veio com a placa nova.

Fonte do Detran-SP entrevistada também destaca que a prioridade, quando chegar a placa Mercosul, é que ela não represente aumento no custo ao cidadão. Portanto, ela defende a manutenção da retirada do brasão do município, da bandeira do estado e do lacre, itens que chegaram a ser utilizados nas primeiras placas emitidas no Rio de Janeiro, o primeiro a aderir, em setembro passado. Esses dispositivos de identificação não fazem parte do projeto original da placa Mercosul e foram suprimidos ainda no ano passado, resultando efetivamente em redução no preço final.

“Voltar com o brasão e a bandeira do estado seria um retrocesso. O QR Code, por sua vez, substitui esses itens e o lacre com eficiência”, avalia o entrevistado, que também considera o novo padrão mais seguro da forma como está disponível hoje no Rio e nos outros seis Estados (Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul).

“Não podemos esperar regras do jogo”
No caso do Detran paulista, apesar da migração para o padrão Mercosul estar no horizonte, o departamento de trânsito se mobiliza para garantir o estoque de material para seguir emitindo as placas no padrão cinza. Por meio de pregão eletrônico realizado neste início de ano, o órgão contratou o fornecimento das películas retrorreflexivas do modelo antigo para os emplacamentos de 2019 – aquelas que compõem o fundo da placa. O contrato, com validade de 12 meses, vai até 31 de janeiro de 2020 e prevê a aquisição de 171.000 películas cinza, as utilizadas para registro de veículos particulares. A empresa vencedora do contrato é a 3M do Brasil.

Segundo fonte ouvida do Detran-SP, caso a placa Mercosul comece ainda este ano no Estado, não haverá prejuízo com estoques excedentes — cada película cinza contratada custa R$ 65,70, o que totalizaria R$ 11.234.700. “Essa quantidade é só uma projeção dos novos emplacamentos nessa categoria, a entrega será de acordo com a demanda e as necessidades do Detran-SP.


voltar

SETCESP
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.