Kassab manda retirar da Câmara projeto de pedágio urbano em SP
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15 de Agosto de 2008 – 10h00 horas / Folha Online

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), mandou retirar da Câmara Municipal o projeto que autorizava o pedágio urbano na cidade, informou a prefeitura em nota na manhã desta quinta-feira. O artigo, segundo a administração municipal, foi mantido na redação final do projeto, mas deveria ter sido retirado, por determinação do prefeito, antes de ser encaminhado ao Legislativo. O texto deve ser corrigido e reenviado ao vereadores. Embora sempre atrelada à solução dos problemas de congestionamento, a proposta está no texto que estabelece a Política Municipal de Mudança Climática, uma espécie de plano diretor com regras e metas gerais para diversas áreas, como tráfego, resíduos e construção civil. Além do pedágio urbano, a Política Municipal de Mudança Climática traz uma série de ações com o objetivo de reduzir ou compensar a emissão de gases que contribuem com o efeito estufa, com ênfase em intervenções na área do transporte. O projeto previa a “restrição gradativa e progressiva“ do uso de automóveis particulares no centro da cidade e estipulava também incentivos para o uso de energia não poluente em novos prédios e a obrigatoriedade de implantação de coleta seletiva de resíduos. Em julho, em entrevista à Folha, o secretário municipal de Transportes, Alexandre Moraes, disse que Kassab, candidato à reeleição, é contra o pedágio na cidade por considerá-lo “socialmente injusto“. Questionado ontem sobre a posição do prefeito, o secretário Eduardo Jorge (Meio Ambiente) disse que Kassab é contrário ao pedágio até a “médio prazo“, mas que essa é uma solução que não pode deixar de ser discutida. Jorge liderou a montagem do projeto. “Vi o que ocorreu com o pedágio em Londres. Não podemos tirar verba da educação para aplicar em transporte“, diz. Em maio, o líder do prefeito na Câmara, José Police Neto (PSDB), apresentou proposta para cobrar pedágio dentro da cidade, mas só dos veículos não registrados no município e que entram em São Paulo pelo Rodoanel; a idéia não vingou. Datafolha Estabelecer o pedágio urbano como política de transporte é algo polêmico em São Paulo. Segundo pesquisa Datafolha de março, a idéia é reprovada por 74% -24% aprovam, 1% é indiferente e 2% não sabem. Tem defensores, como o urbanista Candido Malta Campos Filho, que vê, mesmo com tarifas baixas, uma forma de arrecadar recursos para investir no transporte coletivo. Mas enfrenta opiniões contrárias, caso do engenheiro de tráfego Horário Augusto Figueira, para quem a medida é uma forma de “segregação social“. “Se for barato, não reduz o trânsito nem gera arrecadação. Se for caro, os milionários vão adorar, terão vias só para eles.“


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