A ligação Maceió (AL) – Salgueiro (PE) apresentou a melhor performance entre os 15 trechos analisados pelo estudo Rodovias Esquecidas do Brasil – Transporte Rodoviário, divulgado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) no dia 28 de março, e que tem como base os resultados da série histórica da Pesquisa CNT de Rodovias entre 2004 e 2017. De acordo com o trabalho, o trecho, composto pelas BRs 110, 316 e 423, ganhou 39 posições no ranking. Em 2004, ocupava o lugar de número 97 e, em 2017, passou para a 58ª posição.
Uma das possíveis explicações para a melhoria no ranking foi o aumento do investimento em parte do período analisado pelo estudo. Em 2008, a ligação recebeu R$ 12 milhões para investimentos em manutenção. No ano seguinte, o recurso quase triplicou, chegando a R$ 33,4 milhões. Em 2010, a ligação recebeu R$ 29,3 milhões e, em 2011, foram R$ 38,8 milhões. Segundo o trabalho, entre 2008 e 2014, foram investidos, no total, R$ 114,9 milhões em ações de manutenção.
Após quatro anos consecutivos entre as piores ligações no ranking da Pesquisa CNT de Rodovias, o trecho apresentou melhoras significativas, de modo que não voltou a ser classificado entre os 20 últimos lugares desde 2009. De acordo com o estudo da CNT, houve melhorias no pavimento e na sinalização, características que, em 2017, registraram, respectivamente, apenas 32,3% e 30,8% da extensão classificada como regular, ruim ou péssima. A geometria da via, entretanto, teve 95,6% da extensão classificada como inadequada.
“A análise dos dados mostra que investir dá resultado. Apesar de ainda ter sido destinado um baixo volume de recursos para a ligação, o montante foi corretamente aplicado em ações que efetivamente trouxeram ganhos de qualidade para as rodovias no período estudado”, avalia o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista.
Em 2017, o aumento médio do custo operacional na ligação foi de 13,2%. O valor ficou abaixo dos 27% da média nacional e aquém, ainda, em relação aos 28,7% de aumento médio, considerando todas as 15 ligações selecionadas.
Falta de transparência
A forma como as ações orçamentárias passaram a ser cadastradas no Orçamento Geral da União, a partir de 2012, dificultaram a análise de dados de investimentos rodoviários no Brasil. Antes desse período, os recursos eram alocados por rodovia. Contudo o governo passou a registrar os montantes por Estado, procedimento que permite maior flexibilidade para a execução dos investimentos em infraestrutura rodoviária, porém não permite verificar em quais rodovias eles foram aplicados.
Conforme o estudo, é possível que alguns trechos das rodovias que compõem as ligações tenham recebido investimentos, mas, como eles não estão discriminados no orçamento, não é possível precisar o valor exato do recurso recebido.
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