A logística tem muito a ganhar com ferramentas como softwares que analisam grandes volumes de dados para traçar rotas e escolher transportadoras ou robôs que levam e trazem itens nos centros de distribuição, por exemplo.
Porém executivos e especialistas afirmam que a chegada dessas inovações no Brasil tem sido lenta e impulsionada por multinacionais, em razão de desafios como a falta de incentivo econômico, a recessão que fez empresários segurarem investimentos e a baixa informatização do setor.
Alex Tosetto, diretor sênior de TI para a América Latina da alemã DHL Supply Chain, diz que, como o custo da tecnologia no Brasil é alto e o da mão de obra é baixo na comparação com países desenvolvidos, há pouco incentivo para investir em automação.
"As empresas estão tendo de trazer a tecnologia mesmo com o investimento não se pagando no curto prazo".
A companhia testa há um ano o uso de robôs e veículos autônomos em três de seus 56 armazéns brasileiros. Deve expandir o uso deles ainda em 2018.
Entre as máquinas adotadas estão empilhadeiras autônomas, drones e carrinhos que seguem operadores e carregam peso para eles.
Eduardo Banzato, diretor da consultoria em logística do Grupo Iman, diz que o Brasil precisa de mais desenvolvimento local de tecnologia para diminuir seus custos.
Outro desafio é fomentar uma cultura de inovação no setor, diz Angela Gheller Telles, diretora de manufatura e logística da empresa de software Totvs.
"O setor começa a olhar para a inovação. Mas ele é formado por muitas empresas familiares, que nasceram menores e cresceram sem criar uma cultura de informatização", diz.
Há interesse das empresas brasileiras por se atualizar, e muitas estão testando novas tecnologias, diz Pedro Moreira, presidente da Abralog (associação do setor logístico).
Porém, há atraso e investimentos suspensos por causa da crise. "Daqui a cinco anos, a logística que faremos será muito diferente", diz Moreira.
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