Inflação desacelera para 0,31% em abril, mas acumula alta de 6,76% em 12 meses
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Resultado acumulado está acima do teto da meta do governo para este ano

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou abril com alta de 0,31%, ante um avanço de 0,93% em março, informou nesta terça-feira, 11, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi pressionado pela alta nos preços dos produtos farmacêuticos.

O índice ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam uma alta entre 0,24% e 0,43%, e pouco acima da mediana, de 0,29%.

A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 2,37% e, nos últimos 12 meses, em 6,76%, o que deixa o IPCA está acima do teto da meta do governo para este ano, que é de 5,25%.

No grupo saúde e cuidados pessoais, a alta foi de 1,19%. A principal influência desse resultado foi o aumento dos preços dos produtos farmacêuticos (2,69%), que foram também o principal impacto no índice geral. “No dia 1.º de abril, foi concedido o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica. Normalmente esse reajuste é dado no mês de abril, então já era esperado”, diz o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

A maior variação nos produtos farmacêuticos veio dos remédios anti-infecciosos e antibióticos (5,20%). Além disso, houve alta também nos produtos de higiene pessoal (0,99%), como perfumes (3,67%), artigos de maquiagem (3,07%), papel higiênico (2,90%) e produtos para cabelo (1,21%).

Outro destaque no índice de abril foi o grupo dos transportes, que variou -0,08%, influenciado, principalmente, pela queda nos preços dos combustíveis. Após 10 meses consecutivos de alta, a gasolina recuou 0,44% em abril. Mas a queda mais intensa no grupo veio do etanol (-4,93%). “Houve uma sequência de reajustes entre fevereiro e março na gasolina. Mas no fim de março houve duas reduções no preço desse produto nas refinarias. Isso acaba chegando ao consumidor final”, afirma o pesquisador.

Por outro lado, ainda nos transportes, os automóveis novos (1,01%) e usados (0,57%) tiveram alta. E os preços das passagens aéreas (6,41%) subiram pela primeira vez no ano.

O aumento no preço de alimentos como as carnes (1,01%), o leite longa vida (2,40%), o frango em pedaços (1,95%) e o tomate (5,46%) tornou a alimentação no domicílio (0,47%) mais cara do que no mês anterior, o que explica a alta de 0,40% no grupo alimentação e bebidas.

De acordo com Kislanov, as carnes, que acumularam alta de 35,05% nos últimos 12 meses, tiveram seus preços aumentados em abril devido, principalmente, à inflação de custos por causa da ração animal. “Estamos em um momento em que há uma grande alta no preço das commodities. Nesse caso, principalmente a soja e o milho estão afetando os custos do produtor e isso acaba influenciando o preço final do produto no mercado.”

A alimentação fora do domicílio desacelerou (0,23%), após subir 0,89% no mês anterior. O índice menor é explicado especialmente pela variação de -0,04% do lanche, item que havia subido 1,88% em março. 

O grupo habitação registrou alta de 0,22%, depois do avanço de 0,81% em março, principalmente por causa da desaceleração nos preços do gás de botijão (1,15%), que haviam aumentado 4,98% em março, e pelo recuo de 0,04% da energia elétrica. A bandeira tarifária amarela, que acrescenta R$ 1,343 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos, foi mantida em abril.


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