Importação fraca em abril e maio reforça quadro ruim do 2º trimestre
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Nos dois últimos meses, compras de bens de consumo, insumos e bens de capital por empresas nacionais, têm registrado desempenho frágil, o que indica pouco avanço dos investimentos

O desempenho das importações nos meses de abril e maio indica pouca alteração no quadro do consumo, investimento e atividade industrial do Brasil no segundo trimestre, em relação ao primeiro.

COMÉRCIO EXTERIOR 

Importação fraca em abril e maio reforça quadro ruim do 2º trimestre

Nos dois últimos meses, compras de bens de consumo, insumos e bens de capital por empresas nacionais, têm registrado desempenho frágil, o que indica pouco avanço dos investimentos

As compras das empresas brasileiras de bens de consumo de outros países, por exemplo, recuaram tanto em abril (-6,57%), como em maio (-6,50%), com relação a iguais meses de 2018 (na comparação anual). Já as importações de bens de capital (máquinas e equipamentos) caíram 10% em abril, mas voltaram a se recuperar em maio, ao registrarem avanço de 16,4%, mostra o Ministério da Economia.

“As importações sempre são um forte termômetro do que está acontecendo na economia, principalmente no que diz respeito a consumo, investimento e atividade industrial”, diz o coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero.Com esses números de abril e maio, portanto, a tendência é que haja pouca mudança, neste segundo trimestre, do quadro enfraquecido do Produto Interno Bruto (PIB). No primeiro trimestre, o PIB recuou 0,2%.

“Os resultados das importações estão bastante em linha com a estabilidade que estamos vendo na indústria”, acrescenta o especialista. Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, inclusive, que a produção industrial avançou 0,3% em abril, ante março.

Outros dados mostram que, em abril, as empresas nacionais reduziram em 41,5% as suas compras de insumos industriais básicos, na comparação anual, mas recuperaram uma parte em maio, quando as importações cresceram 20%.

Na avaliação de Balistiero, por enquanto, a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos (EUA) tende a impactar mais as exportações brasileiras do que as importações. “O consumo interno é o que acaba definindo mais o ritmo das importações”, ressalta.

Acumulado no ano

Os dados do acumulado do ano só confirmam que as compras externas das empresas nacionais estão reduzindo significativamente o seu ritmo de expansão. Entre janeiro e maio de 2019, as compras do Brasil somaram US$ 70,7 bilhões, alta de 1,7% em relação a igual período de 2018. Nos mesmos meses do ano passado, as importações cresceram a um ritmo de 18%, contra 2017.Os produtos manufaturados, que correspondem a 35,9% da pauta importadora brasileira, são as mercadorias que têm puxado para baixo o total das compras.

Até maio, os desembarques de manufaturados caíram 1,5%, a US$ 33,6 bilhões. Nem mesmo o aumento das compras de matérias-primas (+ 3,3%, para US$ 47,3 bilhões) e semimanufaturados (+1,9%, para US$ 12,5 bilhões) compensaram a queda dos produtos industriais.


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