
Líder no país em capacidade de empregabilidade externa, São Paulo ampliou sua hegemonia em um período de dez anos, enquanto Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte perderam espaço. O ranking das dez cidades com maior número de assalariados de suas empresas fora de município-sede inclui também Barueri (SP), Osasco (SP) e Itajaí (SC).
As informações são de estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) chamado “Gestão do território”, que busca estabelecer as interligações entre as cidades, tanto do ponto do ponto de vista empresarial quanto de gestão pública.
Na análise da gestão empresarial, o trabalho mede as ligações empresariais entre os municípios brasileiros. Para isso, observa apenas as chamadas empresas multilocalizadas, que são aquelas com unidades em diferentes cidades do país, ou seja, têm sede e filiais espalhadas. O indicador de empregabilidade externa aponta o número total de trabalhadores ocupados em unidades dessas empresas fora de seus municípios-sede.
Em 2021, ano-calendário ao qual se refere esta segunda edição do trabalho, São Paulo liderava o ranking de assalariados externos, com 1,856 milhão de pessoas ocupadas neste perfil, 17,4% a mais que em 2011. Esse número é o total de trabalhadores empregados em empresas com sede em São Paulo, mas que trabalham em filiais fora da cidade.
Depois de São Paulo, a lista é composta por Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte, que registraram movimento na direção oposta, com perda da capacidade de manter trabalhadores dessas empresas em filiais de outras cidades.
O Rio de Janeiro (RJ) reduziu seu quadro de assalariados externos em 18,1%, para 486,7 mil em 2021, enquanto em Brasília (DF) a queda foi de 21,1%, para 315 mil. Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS) também passaram por redução da empregabilidade externa na comparação entre 2012 e 2021.
“A partir de um retrato mais geral da dinâmica empresarial, bem geral porque engloba vários ramos da economia, São Paulo está se tornando mais relevante como empregador geral, enquanto Rio de Janeiro e Brasília, menos [relevantes]”, afirma a técnica da gerência de redes e fluxos da coordenação de geografia do IBGE Evelyn Andrea Arruda Pereira.
Duas cidades da região metropolitana de São Paulo aparecem nesse ranking: Barueri (197,3 mil trabalhadores externos em 2021) e Osasco (108,6 mil, em igual período).
Destaque na lista, a cidade de Itajaí é o único município que não é capital nem está na região metropolitana de São Paulo a ocupar uma das dez primeiras posições na lista. Em 2021, existiam 103,2 mil trabalhadores de empresas da cidade que ocupavam vagas em filias fora do município catarinense. O número representa um aumento de 79,8% frente a 2012 (57,4 mil).
“O desempenho de Itajaí combina com o aumento da importância das cidades médias. Itajaí não só quase dobrou o número de empregados externos, como teve ascensão importante em centralidades. Isso também reflete o Estado de Santa Catarina”, diz Pereira.
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