Para o secretário de Estado da Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia , Jorge Santana, o preço do etanol deverá pesar menos para consumidor final. “A tendência é que o aumento da produção local contribua para a redução dos preços, uma vez que irá diminuir o custo do frete do produto”, avalia.
Já o economista Luís Moura aponta que é ainda muito difícil prever a variação dos preços no Estado, já que isso dependeria muito da vontade das revendedoras. Segundo ele, há uma distorção no valor apresentado ao consumidor por conta da existência de poucas distribuidoras que concentram o mercado local. “O preço do álcool em Sergipe atualmente não deveria estar tão alto por conta de uma série de fatores. Por isso não é possível avaliar de forma precisa se o custo diminuirá para o consumidor final, mesmo com a melhora das condições para o fornecedor”, explica.
Luís cita o exemplo do estado de Alagoas, que é um dos maiores produtores de álcool do nordeste. Segundo Moura, lá, o preço do litro do álcool custa em média R$ 2,036 mesmo com recordes sucessivos de produção. O economista conta que o preço por litro do produto em Sergipe é em média de R$ 1,894, enquanto em São Paulo, esse valor é de R$ 1,27.
Vendas
Álcool em Sergipe é caro, diz economista
De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), as vendas de álcool combustível em Sergipe vinham apresentando quedas do ano 2000 até 2006. A partir de janeiro de 2007, a procura começou a subir consideravelmente e em janeiro de 2008, as vendas superaram as do mesmo período do ano anterior em quase 88%. Luís Moura explica que o motorista pode avaliar se vale a pena abastecer com álcool fazendo a seguinte conta: divide-se o preço do álcool pelo preço da gasolina. Se o resultado der um número maior que 0,7, o consumidor estará saindo no prejuízo. “Em Sergipe, esse índice é de 0,75, o que desfavorável para o consumidor. Apesar disso, os números apontam que o sergipano está abastecendo mais com álcool”, analisa.
Investimentos na lavoura
O presidente da Samam, Manoel Menezes, informa que a área plantada pertencente ao grupo. A unidade Taquari, localizada em Capela, é de atualmente 5 mil hectares. Ele diz que o grupo pretende arrendar mais 5 mil hectares de terceiros para plantar cana. Segundo ele, a produção atual é de 150 mil litros de etanol por dia. Com os novos investimentos, que serão de cerca de R$ 20 milhões, essa produção deve chegar a 250 mil litros por dia.
“A princípio, nós vamos mandar [o etanol] para distribuidoras locais, pois Sergipe não é auto-suficiente em álcool combustível”, informa Manoel. Ele diz ainda que possivelmente haverá uma redução nos preços do álcool por conta da redução do preço do frete. Atualmente, os principais fornecedores de etanol para Sergipe são Pernambuco, Alagoas e Minas Gerais. “Nós podemos contribuir para que a importação de etanol seja menor”, avalia. Menezes acredita que não haverá uma redução maior nos preços devido ao grande volume de produção local disponível no mercado, devido à demanda de álcool ainda muito grande no Estado.
O economista Luís Moura afirma que o impacto do valor do frete no preço final do produto não é tão significativo. Portanto, se a diminuição do preço se der apenas em função desse fator, pouco mudará para o consumidor.
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