Luiz Marins
Em momentos de turbulência, todo piloto sabe que a primeira regra é manter a calma. É não se desesperar. É ter a necessária calma para poder pensar na real situação e não se deixar levar pelo pânico e começar a enxergar perigos além dos que existem. Há relatos de acidentes aéreos que poderiam ter sido evitados se os pilotos tivessem tido a calma necessária no controle da aeronave e solicitado a orientação necessária à torre de controle.
O desespero, a pressa, a ansiedade de querer saber ou fazer o impossível no momento podem ser fatais a uma empresa ou a uma pessoa – principalmente em momentos de turbulência. Sem dúvida alguma estamos vivendo um momento turbulento. E o conselho é, novamente, CALMA!
Tenho visto, com preocupação, empresários, profissionais e mesmo pessoas comuns, tomarem decisões apressadas, com base nas circunstâncias do momento e não na realidade de médio e longo prazo. Isso é muito perigoso.
Muitas vezes, na vida de todos nós, como empresários e como pessoas, sentimos a desesperança bater à nossa porta, chegar à nossa mente. Parece que não temos mais saída. A pandemia que não acaba; clientes que não conseguem nos pagar; fornecedores que não entregam; funcionários doentes ou desmotivados; as contas que se acumulam; a família reclama, etc. etc. Cada um de nós tem uma lista enorme de problemas que muitas vezes se acumulam de tal forma que entramos em verdadeiro desespero que significa desesperança, ou seja, perdemos a esperança de conseguir sair daquela situação.
Só se fala em crise! Os meios de comunicação divulgam a todo instante os números alarmantes da pandemia e, naturalmente, isso nos assusta e nos faz querer rever planos e projetos.
É preciso ter calma nesta hora e compreender que, embora a circunstância realmente seja de turbulência, essas nuvens carregadas passarão – mais cedo ou um pouco mais tarde – mas passarão. É preciso compreender, com seriedade, que a magnitude e os fundamentos da economia brasileira são mais sólidos do que os pessimistas de plantão querem nos fazer acreditar.
Assim, antes de tomar qualquer decisão apressada nestes tempos de turbulência – tanto na sua empresa, quanto na sua vida pessoal – tenha calma. Analise. Compare. Pense bem. Pilote a sua empresa e a sua vida como fazem os grandes comandantes – com sabedoria e calma.
É preciso não se deixar levar somente pela emoção e usar fortemente a nossa capacidade de análise crítica para ver a dimensão real da crise no nosso setor, na nossa área e o quanto ela está sendo e será contaminada pelos demais setores da economia. Agora é hora de pensar, conversar, reunir e ouvir as pessoas com quem trabalhamos e que estão em contato direto com nossos clientes e fornecedores antes de tomar qualquer decisão que poderá trazer mais problemas do que soluções.
Nestes momentos é preciso ter muita calma. Muita sabedoria. Muita paciência para que não destruamos com nossa real e até justa desesperança tudo o que construímos até aqui – tanto na vida profissional e empresarial como na vida pessoal.
Vejo casamentos e famílias desfeitos em função de uma crise que, se enfrentada com paciência, razão e fé poderiam ser salvos. Vejo decisões empresariais tomadas no desespero de uma crise que mataram anos de sucesso. E muitas vezes as decisões desesperadas que tomamos não têm volta. Daí virá um arrependimento muito forte e um sentimento de culpa que podem ser piores do que as sensações de abandono e desespero que tínhamos durante a crise.
Enfrente com calma, razão e fé as crises que você pode estar passando. Lembre-se que elas por certo passarão se você enfrentá-las buscando a ajuda certa, de pessoas certas.
Agora é preciso muito equilíbrio, sabedoria e calma.
Pense nisso. Sucesso!
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