Em prol da segurança, de nossos motoristas, caminhões e cargas
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Por André Rossetti*

Gerenciamento de Risco (GR) no transporte carga é uma atividade especializada e tem a responsabilidade de monitorar processos, transações operacionais, e assim reduzir o risco de perdas. Com o auxílio de ferramentas sistêmicas e procedimentos específicos busca prever alterações em todas as etapas da operação.

Os riscos que podem surgir no decorrer de uma entrega são diversos, como problemas mecânicos, acidentes, e principalmente o roubo de cargas.

Na virada do milênio, mais precisamente no ano de 2002, surgiu no Brasil a tecnologia GPRS (General Packet Radio Services, em português Serviços Gerais de Pacote por Rádio), que passou a permitir a troca de mensagens e posições pelo sistema celular, utilizando-se as ERB`s (Estações Rádio Base) das operadoras de telefonia celular.

Isto trouxe muito ganho tecnológico para o transporte e a logística, pois ali se iniciava uma grande revolução na rapidez, frequência e precisão nas informações, além do baixo custo de transmissão, comparado a outros sistemas existentes à época.

Mas como essa transmissão depende do sistema de telefonia celular, e de suas respectivas ERB´s, então ficaram várias áreas sem cobertura em diversos pontos das estradas por este país, porém rapidamente foi encontrada a solução, com o surgimento dos equipamentos híbridos, ou seja, tecnologia de transmissão celular e também a tecnologia de transmissão satelital, trazendo então uma garantia ainda maior ao transportador rodoviário de carga.

Ainda assim, no Brasil com dimensões continentais e com os problemas sociais existentes, na mesma velocidade que nos protegemos, as forças irregulares e a criminalidade atuam para “atacar” e “burlar” nossos sistemas.

Para inibir ao máximo a ação de meliantes estamos cada vez mais aderindo a tecnologias como bloqueadores, iscas RF (radiofrequência) e equipamentos anti jammer. E, na maioria das vezes, utilizamos mais que um desses equipamentos para nos cercarmos de um maior reforço contra os ataques.

Só que essas medidas se transformam em custos. E com as exigências de muitos clientes, muitas vezes, não conseguimos repassar os valores à cobrança dos fretes.

Por meio de pesquisas realizadas pelo SETCESP, foi verificado que em média 12% do faturamento da empresa é gasto com investimentos voltados para o combate e proteção de cargas, seja com seguros, equipamentos, gerenciamento de risco (GR), informações cadastrais, escoltas, vigilância e etc.

Então precisamos minimizar os custos e otimizar a produtividade, com apoio logístico e forte ação policial. É necessário proteger nosso patrimônio, o dos nossos clientes e diminuir os riscos até a entrega final do produto.

Foi pensando nisso, que surgiu a ideia da Torre de Controle e Vigília SETCESP. Resolvemos elaborar um verdadeiro quartel general para trazer informações mais rápidas e assertivas para conseguirmos agir inibindo o roubo de cargas nas vias públicas.

Um processo de monitoramento que será feito em ondas e setores. O modelo se baseia na colaboração entre empresas de transportes associado a expertise de uma equipe central munida de recursos tecnológicos da mais alta qualidade. 

Cada associado do SETCESP será parte importante do processo.

A ideia é organizar e sistematizar o que hoje já ocorre em pequenos grupos de WhatsApp por ocasião de roubo de veículo, avisando o maior número de transportadores e seus veículos em movimento que estejam próximos as “ocorrências” naquele momento, nos tornando assim vigilantes de nós mesmos.

As estruturas de GRs das empresas poderão compartilhar as suas informações ligadas ao monitoramento de risco, por meio de uma plataforma que está sendo construída. Informações estas sobre situações de risco e ações preventivas. Desta forma, criaremos uma rede extensa e abrangente de empresas que, juntas, unirão forças no combate, principalmente ao roubo de cargas nas vias públicas.

Ainda com passar do tempo, teremos um banco de dados com todas as informações recebidas, com a finalidade de acrescentar aos registros constantes do BO (Boletim de Ocorrências) que, na maioria das vezes, são incompletos.

As informações reunidas nesse banco de dados serão úteis para as empresas buscarem ali subsídios de interesse para suas atividades de gerenciamento de risco e também, poderão ser disponibilizadas para as ações policiais de combate aos delitos de carga.

Estamos aqui para em prol do mesmo objetivo que é a segurança, de nossos motoristas, caminhões e cargas.

Isso porque aqui no SETCESP somos mais que vários CNPJs reunidos, somos uma entidade forte que luta pela maior eficiência do TRC.

* André Rossetti é diretor de Gerenciamento de Risco do SETCESP e diretor presidente da RG LOG – Transporte e Logística.


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