Elas são tech e do transporte
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Live do Vez & Voz debate sobre mulheres na tecnologia

Embora, cresça cada vez mais o número de mulheres na área de tecnologia, este campo profissional ainda é muito ligado ao universo masculino.

Uma pesquisa recente, divulgada pela Gupy, empresa de tecnologia para recursos humanos, identificou um alto volume de contratação de mulheres nas áreas de tecnologia (193%) e logística (229%), em 2020.

Em relatório divulgado, a Gupy afirma que a presença feminina nestas áreas indica que, gradualmente, estamos caminhando para a equidade profissional entre homens e mulheres. “Os números são otimistas e apontam a importância das empresas empregarem mulheres, nas diferentes áreas de atuação, principalmente em tecnologia, onde existe o paradigma de ser uma área pertencente ao público masculino”, diz o estudo.

Mesmo com o otimismo deste quadro recente é preciso se atentar a outras estatísticas, ainda nada animadoras. Quase a metade das mulheres que trabalham com tecnologia acabam deixando a área, antes de chegarem aos 35 anos. Em comparação, a mesma situação ocorre somente com 17% dos homens. Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada pela Accenture, multinacional de consultoria de gestão, e segundo o levantamento, a principal causa desse abandono é a cultura organizacional não inclusiva das empresas.

E para falar sobre este assunto, o Vez & Voz promoveu uma live com as profissionais que se recusam a fazer parte dessa estatística de evasão, e se mantém firme no trabalho que desenvolvem unindo logística e tecnologia.

Participaram do encontro, que ocorreu no dia 12 de maio, Joyce Bessa, head de gestão estratégica na Transjordano, Juliana Petri, gerente nacional de automação na Braspress Transportes Urgentes e Juliana Suzuki, que é empreendedora e presta serviço de tecnologia para diversas empresas do TRC, além de Ana Jarrouge, presidente executiva do SETCESP.

“A tecnologia está permeando o futuro dos nossos negócios. Se o setor de transporte ainda conta com a maioria dos cargos ocupados por homens, percebemos que, no campo tecnológico, essa disparidade é ainda maior”, destacou Jarrouge, reforçando a importância de criar mecanismos que tragam um equilíbrio à área de tecnologia.

Enquanto isso, a gerente de automação, compartilhou que sua habilidade para exercer essa atividade vem desde pequena, de quando a curiosidade a persuadia a desmontar os brinquedos para saber como funcionavam por dentro. E fez questão de chamar a atenção para que se incentive mais meninas a atuarem nesta área. “Se queremos mais mulheres em tecnologia, devemos encorajá-las ainda pequenas, o que a gente cresce vendo, é o que nos influencia sobre quem queremos ser no futuro”, afirmou Petri.

Por sua vez, Bessa falou sobre como se sentiu nas vezes que teve de implementar novos projetos na empresa e como superar alguns desafios trazidos pela insegurança. “Na empresa eu sabia que seríamos consequência ou tendência. Se queríamos ser modelo precisávamos inovar, e foi essa a responsabilidade que eu assumi: a de promover uma transformação digital. Neste momento, tive muitas incertezas, mas fui com a cara e coragem, desenhei o projeto Transjordano 4.0, busquei aperfeiçoamento e deu tudo certo”, disse.

“Também passei por diversos episódios em que me senti testada”, relembrou Suzuki, “Ás vezes era perguntada se de fato sabia o que estava fazendo. Se realmente entendia mesmo, como resolver um problema em um servidor que eu ‘mesma’ havia configurado. Não uma, mas várias vezes, tive que provar que tinha capacidade técnica para algo, que já deveria estar claro, que eu sabia fazer. Essas são situações que os homens, não costumam ter que provarem”, relatou a empreendedora.

“Talvez por estarmos tão acostumadas em ter que estar provando o que sabemos é que nós mulheres já estudamos um pouco mais que os homens”, ponderou Bessa tentando ver algo positivo em meio a situação. “Mas até quando a gente vai ficar tendo que provar um conhecimento que dominamos?”, questionou também.

Mesmo diante dos episódios desafiadores, foi unanimidade entre as participantes acreditar que o conhecimento e embasamento técnico são argumentos sólidos capazes de dar credibilidade ao que fazem. Isso para todas mulheres independente da área em que atuem.

Acesse o link e assista a live na íntegra.


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