Doria anuncia flexibilização do isolamento a partir de 11 de maio
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“Vamos levar em conta situações locais e regionais com as devidas medidas de proteção”, disse o governador paulista

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira a flexibilização, a partir de 11 de maio, das medidas de isolamento social adotadas para conter o avanço do novo coronavírus. Será adotada uma abordagem regional, definida a partir de critérios relacionados à capacidade do sistema de saúde e também a atividades econômicas. Os detalhes só serão conhecidos no dia 8 de maio, mas não está prevista ainda a reabertura de escolas.

“Vamos levar em conta situações locais e regionais com as devidas medidas de proteção”, disse na entrevista coletiva diária do governo paulista sobre o enfrentamento da pandemia, no Palácio dos Bandeirantes.

“A epidemia atinge de modo diferente as regiões do Estado. Por isso, os critérios para a nova quarentena, a partir do dia 11, serão diferenciados”, acrescentou.

Segundo Doria, o Plano São Paulo será “amparado na ciência”, e o número de novas de infecções, assim como a capacidade de tratar os doentes, deverá estar sob controle em todo o Estado.

“Não afirmamos aqui que depois de 10 de maio não haverá mais quarentena. Não dissemos isso”, frisou. “Ninguém disse aqui abertura de comércio e escolas, não há essa deliberação.”

Ainda de acordo com o governador, a reabertura será pactuada com os diferentes setores da economia.

Doria disse que não descarta tomar medidas legais para forçar municípios a manterem a quarentena até 10 de maio. “Vamos estabelecer o diálogo com quem manifestou intenção de abrir a economia antes do dia 10, mas adotaremos medidas judiciais se for necessário.”

Os detalhes da reabertura só serão anunciados em 8 de maio, se as circunstâncias permitirem, disse ele.

“Abordagem regional”

A secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado, Patrícia Ellen, reafirmou que os critérios para a reabertura consideram as capacidades do sistema de saúde.

Segundo ela, objetivo do Plano São Paulo é priorizar setores com maior vulnerabilidade econômica e menores riscos com relação à pandemia.

Protocolos setoriais de saúde e higiene serão adaptados a cada setor, disse. “Faremos uma abordagem regional, e isso é recomendado pela OMS [Organização Mundial de Saúde] e foi feito pela Alemanha e pelos Estados Unidos.”

Serão três níveis de risco: zona verde, zona amarela e zona vermelha, com monitoramento por município, explicou a secretária.

“São Paulo não parou”

Doria afirmou que 74% da economia do Estado continuou em atividade durante a quarentena e enumerou os setores que não foram fechados: “Alimentação, abastecimento, construção civil, energia, transporte, petróleo e gás, comunicação social”.

“São Paulo não parou, ao contrário do que dizem informações falsas”, afirmou. De acordo com ele, na terça-feira, a taxa de isolamento em São Paulo foi de 57%.

Aos que insistiram em fazer manifestações no fim de semana, “sem máscaras, defensores do vírus”, ele pediu que eles façam as suas manifestações de forma segura, pela internet.

Doria também disse que orientou o setor de segurança pública de São Paulo para que impeça o fechamento de ruas e avenidas por manifestantes e que pediu ao prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), que fizesse o mesmo.


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