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07 de Abril de 2016 – 05h58 horas / NTC & Logística

A crise econômica no país faz com que as vendas de combustíveis registrem queda pela segunda vez consecutiva no primeiro bimestre. E dessa vez, a redução no comércio de diesel, gasolina e etanol é ainda maior.
 

Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o total comercializado pelas distribuidoras nos dois primeiros meses caiu 5,5% –em 2015, a queda foi de 1,9%.
 

Combustível mais consumido no país devido ao peso do transporte rodoviário de cargas, o diesel apresentou queda de 6,6%. Mas houve redução também de etanol (-6,8%), que sofre com a entressafra de cana-de-açúcar, e da gasolina (-2,6%).
 

A diminuição é reflexo do movimento nas rodovias. Segundo o índice ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), nos dois primeiros meses, houve queda de 4,6% no fluxo de veículos pesados nas rodovias e de 1,4% no de leves.
 

Nos últimos 12 meses, a redução atinge 5,1% nos pesados e 0,9%, nos leves. O índice é calculado com base no total de veículos que passam pelas praças de pedágio.

 

 

DIESEL E PIB

No caso do diesel, a venda desse combustível tem acompanhado o desempenho da economia na última década. Em 2007, por exemplo, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 6,1% e a comercialização do diesel aumentou 6,53%.
 

Nos dois anos de PIB negativo, o diesel seguiu o ritmo: em 2009, as vendas do ano todo caíram 1,03%, enquanto o PIB recuou 0,1% e, em 2015, as quedas foram de 4,69% e 4,77%, respectivamente.
 

Segundo o índice ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), nos dois primeiros meses houve queda de 4,6% no fluxo de veículos pesados nas rodovias e de 1,4% no de leves. A taxa é calculada com base no total de veículos que passam pelas praças de pedágio.
 

"É uma situação compatível com a dinâmica industrial. O deslocamento de cargas depende do ritmo de produção. Como a produção está em retração, há arrefecimento no movimento nas rodovias", disse Luciano Bacciotti, economista da Tendências Consultoria, que calcula o índice em parceria com a ABCR. Em São Paulo, a retração é mais acentuada, de 6% no fluxo de veículos pesados.

 

 

ETANOL: QUEDA APÓS RECORDE

Apesar de ter crescido 37,5% e batido recorde de vendas em 2015 impulsionado por incentivos tributários, o etanol atingiu em fevereiro o pior volume desde setembro de 2014.
 

As vendas foram menores também graças à entressafra das usinas, que tradicionalmente encerram a moagem de cana em dezembro e retomam a produção a partir de março. No período, os estoques caem e os preços sobem.
 

A perda de competitividade do etanol ocorre desde novembro, quanto o preço chegou a 70,7% do valor da gasolina –até 70% ele é mais vantajoso–, segundo a pesquisadora Ivelise Bragato, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
 

"Em fevereiro a relação chegou a 76% e ficou ainda mais agravada para o etanol, o que não ocorria desde 2011."
 

O preço do etanol só não subiu mais porque havia 23 usinas moendo cana em fevereiro, fora do período tradicional, devido a três fatores: a necessidade de fazer caixa, moer sobra do ano passado, que foi chuvoso, e aproveitar o preço em alta.
 

O início de ano ruim confirma tendência verificada ao longo do ano passado, quando as vendas caíram 1,9% no mercado de combustíveis –a primeira desde 2013. Além de diesel, gasolina e etanol, o levantamento da ANP computa combustíveis como gasolina de aviação, GLP e querosene de aviação, entre outros.


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