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Cresce aposta em Selic abaixo de 2% – SETCESP
Cresce aposta em Selic abaixo de 2%
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Atividade fraca e alívio nas condições financeiras sustentam visão de cortes adicionais na taxa

Embora o Banco Central tenha apontado, na reunião de maio do Comitê de Política Monetária (Copom), que pretende realizar um último ajuste de até 0,75 ponto percentual na Selic, a percepção crescente entre os agentes do mercado é a de que a autoridade monetária poderá entregar ainda mais estímulos. O alívio mais recente das condições financeiras e a contínua deterioração das projeções para a atividade têm dado apoio à visão de alguns participantes do mercado de que o juro básico pode testar níveis abaixo de 2%.

A economista-chefe da BNP Paribas Asset Management, Tatiana Pinheiro, diz que a situação para a atividade “ficou pior” em relação a maio. “A contração do PIB e os números que estão sendo divulgados vão mostrar espaço para o BC se aproximar do ‘lower bound’. Acredito que os juros devem chegar a 1,5%”, diz Tatiana.

Para a BNP Asset, o PIB brasileiro sofrerá uma retração de 7,5% neste ano e crescerá somente 2,2% em 2021. Assim, ela acredita que o Copom efetuará mais dois cortes de 0,75 ponto e só começará a normalizar a política monetária no segundo semestre de 2021.

Também o economista-chefe da Vinland Capital, Aurelio Bicalho, desenha um cenário muito desafiador para a atividade, com retração de 10% do PIB neste ano, e aponta para a necessidade de cortes adicionais da Selic.

“As expectativas de inflação estão abaixo da meta, a capacidade ociosa é muito grande e acredito que o BC deveria dar mais peso a esses fatores”, diz. O cenário base da Vinland contempla o juro básico em 2,25% neste mês e por um longo período. Bicalho, contudo, acredita que o BC poderia ser ainda mais ousado e reduzir a taxa em 1 ponto percentual na próxima reunião do Copom.

A taxa real de juros é um dos argumentos utilizados pelo economista da Vinland para advogar pela necessidade de um juro básico menor. “Se a Selic cair a 2,25% e ficar nesse nível e se as expectativas de inflação convergirem para o nosso cenário de 2,5% em 2021, vamos ter um juro real ligeiramente negativo e menor que o nível de agora, de -0,6%. Por isso é importante o BC fazer um corte mais agressivo, já que, se as expectativas de inflação continuarem caindo, o juro real vai começar a subir.”

Um fator que pode contribuir para a avaliação de que a taxa de juros pode testar níveis abaixo de 2% está nas condições financeiras mais expansivas agora, avalia o economista-chefe da Novus Capital, Tomás Goulart. Para ele, após o corte esperado de 0,75 ponto na Selic neste mês, a dúvida cairá sobre se o BC deixará a porta aberta para seguir afrouxando a política.

“Quem vai determinar são as condições financeiras, já que, pela meta de inflação, o espaço é gigante”, diz Goulart. Ele pontua, ainda, que, se o cenário atual se mantiver, com menor ruído político, sem problemas adicionais entre Estados Unidos e China e sem que o pacote franco-alemão de estímulos seja deixado de lado, o BC terá espaço para cortar a Selic em pelo menos mais 0,50 ponto depois de junho, o que levaria a Selic a 1,75%. “E, então, ele pode ir operando com mais cautela quando chegar nesses níveis.”

O alívio nas condições financeiras tem se mostrado de forma mais acentuada nos últimos dias. O economista-chefe da Gauss Capital, Guilherme Attuy, nota, por exemplo, o recuo do risco país medido pelo CDS de cinco anos, que ontem estava em torno de 250 pontos.

“A diferença do nosso CDS para alguns pares caiu bastante. Estávamos distantes cerca de 70 pontos de um grupo de emergentes similares e, agora, esse nível caiu para 50 pontos”, diz Attuy. Para ele, se o cenário político se mostrar mais favorável e caso haja boas notícias relacionadas à pandemia, o mercado pode começar a demandar menos prêmio de risco pelos ativos brasileiros, o que abriria espaço para questionamentos sobre a chance de o juro cair ainda mais. No momento, a Gauss aposta em um corte de 0,50 ponto percentual na Selic neste mês e em uma redução adicional de 0,25 ponto em agosto.

Já a leitura da economista-chefe da GAP Asset, Anna Reis, é a de que o Copom deseja entregar o grau máximo de estímulo que puder diante do que se observa nas condições macroeconômicas. “O BC indicou que vê um corte de, no máximo, 0,75 este mês e acreditamos que ele entregará uma redução desse nível, dado que as condições financeiras permitem manter o ritmo”, afirma.

Para um momento posterior, ela acredita em um retorno da discussão sobre o quanto mais o juro pode cair. “As próprias comunicações têm indicado que o ‘lower bound’ é algo dinâmico”, lembra Anna. Ela afirma, ainda, que o BC deixou alguma abertura de que pode cortar a taxa de juros além de 2,25%.

É o que espera o economista-chefe da Macro Capital, Thiago Pereira, cujo cenário indica Selic a 1,75% em agosto. “Pode ser que o BC decida ir mais lentamente e, depois de junho, opte por dois cortes de 0,25 ponto, mas o direcional é ele fazer mais reduções”, diz.

A Macro Capital trabalha com uma contração de 8,5% do PIB neste ano e não espera uma normalização monetária já em 2021. “Teremos uma queda muito grande do PIB neste ano. Vamos deixar uma atividade com ociosidade relevante e pensamos que a recuperação será muito lenta.”

 

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