De acordo com os dados apresentados pela SMT, houve melhora em 13 dos 14 horários monitorados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). No entanto, o ganho foi pouco acentuado nos horários de pico da noite. Entre 17 e 20 horas, a média da lentidão deste ano foi de 96 quilômetros, ante 101,5 de 2007, uma redução de 5,7%. Nos horários de pico da manhã e no início da tarde, a redução nos índices de lentidão foi de 11%.
O Estado solicitou na segunda-feira à Secretaria Municipal dos Transportes (SMT) dados de lentidão de junho – mês anterior às férias escolares – e as médias de cada horário para efetuar outras comparações. Também foram pedidos números de multas e de caminhões guinchados após a implementação do rodízio. No entanto, não houve resposta.
Medidas contra o trânsito
Desde o dia 28 de julho, os veículos de carga passaram a obedecer a um sistema de rodízio igual ao dos automóveis. Um dia por semana, de acordo com o final da placa, os caminhões deixam de circular nas vias que contornam o centro expandido, incluindo as Marginais do Tietê e do Pinheiros, das 7 às 10 horas e das 17 às 20 horas.
O rodízio foi a terceira medida da Prefeitura envolvendo caminhões para tentar reduzir os congestionamentos na capital. Antes, em 30 de junho, foi aumentado de 25 para 100 quilômetros quadrados a Zona de Máxima Restrição de Circulação (ZMRC), onde os caminhões não podem circular das 5 às 21 horas. Os Veículos Urbanos de Carga (VUCs) obedecem um sistema de rodízio de placas pares e ímpares para rodar nessa área, entre 10 e 16 horas (assim como os demais caminhões, os VUCs estão liberados das 21 às 5 horas).
Os especialistas se dividem a respeito da eficácia das medidas restritivas. O professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) Jaime Waisman considera positivo impedir o acesso de caminhões no centro expandido durante o dia para reorganizar a logística do transporte de carga. Mas ele defende outras mudanças estruturais, como a construção de centrais de distribuição nas entradas das cidades, para receber as cargas dos caminhões. “Se ficar só na restrição, os ganhos serão perdidos com o tempo“, diz.
Waisman diz que mudar as regras para os caminhões é o mais acertado no momento, pois a cidade não oferece estrutura para que as pessoas não circulem com os automóveis. “Para mexer com os carros, é preciso oferecer transporte público de qualidade. O que não é o caso“, diz.
Para o consultor Horácio Augusto Figueira, os automóveis em pouco tempo vão recuperar o ganho com a restrição para caminhões. “No espaço de um caminhão, vão ter três carros. Além de multiplicar os congestionamentos, eles vão poluir por três também“, diz.
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