O aumento em 2013 de taxas do Programa de Sustentação do Investimento, do BNDES, foi o principal responsável pela queda nas vendas de caminhões no Brasil. Embora o setor tenha se antecipado nas compras para buscar resultados fortes, os créditos liberados tiveram redução de 5% nos quatro primeiros meses e de 13% até junho.
Em entrevista para o jornal Valor Econômico, o diretor comercial do Banco Mercedes-Benz, Angel Martinez, afirma que o banco optou por outra estratégia comercial e com isso conseguiu elevar as vendas em quase 30%. “60% dos nossos negócios são caminhões. Estamos aprovando mais, contratando mais. Somente de novos negócios, até maio, fizemos R$ 1,8 bilhão e no ano passado, no mesmo período, estávamos em R$ 1,4 bilhão”, cita.
O programa do BNDES oferece financiamentos com juros de 6% ao ano para caminhoneiros ou transportadoras. Conforme o veículo, o prazo para o pagamento pode ser de até dez anos e a taxa era de 4% até 2013. No fim do ano, já prevendo o reajuste, houve um boom nas vendas por conta da demanda de interessados em garantir a taxa mais baixa. “No ano passado, chegamos a ter 1.500 operações por dia. Agora está mais normal, com 300, 400 operações. Sempre acontece isso quando muda a taxa”, disse Paulo Sodré, chefe do departamento de financiamento de máquinas e equipamentos do BNDES.
Ricardo Bonzo Filho, gerente executivo de gestão e relacionamento da MAN, relata uma forte redução este ano e a previsão de manutenção do ritmo nos próximos meses. “O primeiro semestre foi complicado. Caímos 24% em ônibus e isso impacta o financiamento. Em caminhões a previsão é de queda de 13% a 14% e para o que vem prevemos ficar no mesmo patamar, com vendas de 130 mil caminhões”, diz.
Hoje o Finame é a principal forma de financiamento para caminhões no Brasil por conta dos juros atrativos. Apenas quem não consegue obter a documentação exigida recorre a outros meios de obter crédito.
voltar