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Com a capacidade total – SETCESP
Com a capacidade total
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Conhecida também como carga lotação ou fechada, a modalidade de carga completa, tem uma diretoria específica no SETCESP

Existem serviços distintos de modalidade de frete. Um deles é o de carga completa, utilizado geralmente quando o embarcador tem a necessidade de usar o veículo, tão somente, para o deslocamento de sua mercadoria. Na maioria das vezes, a mercadoria transportada na carga completa pertence apenas a um único remetente e destinatário.  

Para tratar dos assuntos específicos deste tipo de frete, a Diretoria de Especialidade de Cargas Completas se reúne no SETCESP para discutir condições de transporte que tragam a melhor rentabilidade nesta operação. Á frente da especialidade está Marcos Soares, diretor comercial na Overfast Logística e, compondo a vice-diretoria, está José Paulo Correia, da Lasil Transportes.

Soares explica que os serviços de carga lotação costumam atender as grandes marcas. “Você oferece a capacidade total do veículo, transportando a mercadoria do ponto A ao ponto B. Por conta do grande volume de pedidos, essas operações ocorrem, quase que exclusivamente, no B2B (business-to-business). ”

Grande parte dos produtos transportados no segmento de cargas completas são grãos, insumos essenciais ou cargas perigosas que podem contaminar outros produtos e, portanto, devem ser transportadas separadamente.

O transporte de cargas completas é bem diferente do que ocorre com as cargas fracionadas, no qual existe o frete de pequenas remessas, com mercadorias que compartilham o espaço com outros produtos e são descarregadas em locais diferentes.

É na carga completa que deve ser aplicada a tabela do Piso Mínimo de Frete, isso para os veículos movidos a diesel, com dois ou mais eixos. Geralmente, os índices para aplicação da tabela sofrem reajustes duas vezes no ano, em 20 de janeiro e 20 de julho, mas há exceções quando existe variação no preço do diesel. Se essa variação atingir o patamar de 10%, seja de aumento ou redução, ocorrerá um reajuste nos índices de cálculo da tabela.

Ainda assim, de acordo com os dados apresentados durante a 10ª Conferência de Tarifas pelo assessor técnico da NTC&Logística, Lauro Valdívia, a defasagem do frete nesta modalidade é superior a 20%. E foi nela justamente onde houve menos reajuste do frete. A pesquisa Mercado de Transporte Rodoviário 2021, mostrou que não mais que um quarto das empresas que fazem o transporte de carga lotação,reajustaram os valores do preço do frete neste ano.

Por essas e outras questões, que Soares reforça a importância das empresas que atendem a modalidade, considerarem os custos tarifários do frete e a margem de rentabilidade adequada, diferente daqueles que são praticados na carga fracionada. “Um dos assuntos mais abordados em nossas reuniões é sobre a nossa cadeia de custo de frete, porque é preciso analisar o que as tabelas referenciais produzidas especificamente para essa modalidade indicam. Por exemplo, somos muito mais impactados com o aumento do diesel do que na carga fracionada”.

Ele conta também que entre os outros assuntos abordados pela diretoria estão informações sobre o vale pedágio, mudanças na legislação, reforma tributária e documentos fiscais. Os dois últimos assuntos colocados em pauta foram sobre definir um posicionamento estratégico para as empresas e como estar em conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados); no último mês agosto, as penalidades previstas nesta Lei passaram a valer.

Outro assunto que chama atenção dos empresários nas reuniões, segundo Soares, é o BID (Bidding Process, que significa dar lances). “Esse é um leilão oficial em que as empresas participam dando a melhor condição de frete aliada à sua expertise na prestação do seu serviço. Assim, o embarcador vai fazer as suas ponderações, avaliando a melhor estrutura da frota e qualidade do atendimento. Hoje é essa a dinâmica que tem movimentado o mercado de transportes”.

Ele lembra que é preciso se mobilizar para buscar as melhores condições para a operação. “As exigências dos postos de fronteiras, a falta de áreas de descansos na maioria das rodovias brasileiras e a insegurança são alguns dos desafios impostos para quem atua neste segmento”, e acrescenta deixando o convite, “busquem conosco melhorias para o nosso setor e faça a sua transportadora ser mais rentável”.


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