Durante debate preparatório para a COP30, a Entidade observa que combustível renovável tem custo de aquisição, autonomia e tempo de recarga mais vantajosos para o setor
A CNT reconheceu que o biometano se apresenta como alternativa estratégica e cada vez mais viável para a descarbonização do transporte durante o painel “COP30 e o papel do biogás na agenda climática brasileira”, realizado nessa terça-feira (2), no 12° Fórum do Biogás, em São Paulo (SP).
O posicionamento foi apresentado pelo gerente executivo de Governança e Gestão Estratégica da Confederação, João Guilherme Vogado Abrahão. Ele destacou que a transição energética no setor, responsável por 65% do transporte de cargas e 95% do de passageiros no país, precisa ocorrer com tecnologias de aplicação imediata e custo competitivo. Nesse cenário, o biometano apresenta vantagens em relação a outras alternativas, como a eletrificação.
Afirmou ainda que o biometano é uma fonte energética renovável mais limpa em comparação com a fonte fóssil, que é o diesel, pois entrega uma redução de emissões de 95%, com a vantagem de ser produzida a partir de resíduos urbanos ou rurais. “Não existe ‘bala de prata’. A descarbonização deve ser baseada em múltiplas fontes energéticas que respeitem as realidades locais e a viabilidade operacional para empresas e profissionais”, afirmou o gerente da CNT.
Entre os principais desafios para ampliar o uso do biometano, citou a necessidade de escalar a produção, estruturar a logística de distribuição e criar mecanismos de financiamento verde que apoiem a renovação da frota. Ressaltou ainda que a transição exige articulação entre governo, empresas e entidades representativas. Segundo ele, cabe ao poder público garantir incentivos e regulação clara, enquanto as empresas viabilizam a aplicação prática e as confederações atuam como ponte para construir consensos.
João Guilherme também mencionou a Estação do Desenvolvimento, iniciativa do Sistema Transporte que será apresentada na COP30, em Belém (PA), como vitrine de projetos e soluções de descarbonização do transporte. A proposta foi reforçada por Renata Isfer, presidente da ABiogás, que garantiu a presença do setor de biogás e biometano no espaço.
Além do representante da CNT, o painel contou com a participação de Davi Bomtempo (superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI), Juliano Martins (assessor da ABEEólica) e Renata Isfer (presidente executiva da ABiogás), com a moderação de Talita Martins (CEO da Equos Consultoria).
O debate integrou o 12° Fórum do Biogás, maior evento da América Latina sobre o tema, realizado no São Paulo Expo, nos dias 2 e 3 de setembro. A edição reuniu cerca de 1.200 participantes, entre executivos, especialistas e autoridades, para discutir o papel do biogás e do biometano no futuro energético do Brasil e do mundo.
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