CNPE mantém percentual de biodiesel no diesel em 14%, e CNT reforça necessidade de testes técnicos
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O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu, nesta terça-feira (18), manter o percentual obrigatório de biodiesel no diesel em 14%, adiando o aumento para 15% (B15), previsto para março. A medida visa conter os impactos sobre os preços dos alimentos e do transporte, além de garantir segurança técnica na transição para teores mais elevados de biocombustível. O colegiado também aprovou a criação de uma operação conjunta entre órgãos do governo federal para intensificar a fiscalização e combater fraudes na mistura obrigatória do biodiesel ao diesel.

A CNT (Confederação Nacional do Transporte) reforça a necessidade do estabelecimento de critérios técnicos antes de qualquer alteração no percentual de biodiesel. Atualmente, o Brasil já adota um índice superior à média internacional de 7%, o que tem gerado desafios operacionais para o transporte rodoviário. A Entidade alerta que teores elevados podem causar formação de borra nos tanques, entupimento de bicos injetores, comprometimento da potência dos veículos e redução da vida útil das peças.

“O aumento da mistura de biodiesel deve ser conduzido com responsabilidade e transparência, com base em testes abrangentes que garantam a viabilidade técnico-operacional, além da participação de todos os setores envolvidos na decisão”, afirma Vander Costa, presidente do Sistema Transporte.

Em posicionamento conjunto enviado ao Ministério de Minas e Energia (MME) em janeiro deste ano, a CNT e outras cinco entidades nacionais (IBP, Brasilcom, Fecombustíveis, Abicom e SindTRR) defendem que qualquer elevação no percentual seja condicionada a um debate amplo e inclusivo com todos os stakeholders, à realização de análises técnicas rigorosas e ao aprimoramento das especificações do biocombustível.


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