Censo de diversidade: saiba por onde começar
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Beatriz Abreu, especialista em gestão da diversidade na Koru Consultoria, apresentou para os participantes da reunião da Comissão do Vez & Voz, que ocorreu na última sexta-feira (10), o que se deve considerar em um censo de diversidade e como realizá-lo.

“O Brasil possui uma sociedade diversa, e se temos muitas pessoas diferentes em nosso país, precisamos também desta diversidade ocupando os vários espaços corporativos”, disse Beatriz. A Koru é uma escola voltada para consultoria e treinamentos corporativos de diversidade e inclusão.

A especialista contou que as organizações começaram, de uns tempos para cá, a se atentar sobre a responsabilidade social corporativa e enxergar nela uma vantagem estratégica, afinal a reputação da marca pode diminuir ou até aumentar a rentabilidade.

Na apresentação, Beatriz explicou que há quatro níveis para uma empresa poder implementar uma política de diversidade, e o censo está no primeiro deles, pois assim a empresa consegue identificar em que meio ela exerce sua atividade, quem são os seus colaboradores e como é a realidade deles.

O censo

Sobre as etapas para o censo de diversidade, primeiro é preciso realizar a elaboração do questionário, depois divulgá-lo e, em seguida, fazer acompanhamento das taxas de preenchimento, por fim, vem a análise de dados e a divulgação de resultados.

 “Quanto mais pessoas respondem e com sinceridade, mais informações se têm para trabalhar”, destaca Beatriz.

Entre os temas a serem perguntados devem estar incluídos aspectos geográficos, como qual o tempo de deslocamento do profissional até empresa? Com que ele mora e quem são seus dependentes?

Além de outras informações comportamentais e sociais como: o tempo de atuação no setor, escolaridade, raça e saúde mental.

O censo não pode ser obrigatório e também não deve ser confundido com a pesquisa de clima, até porque sua intenção não é avaliar o sentimento e a satisfação interna do colaborador.

É importante comparar os resultados do censo com a pesquisa de dados do IBGE (Instituto de Geografia e Estatística). Se para a região que a empresa está localizada o instituto aponta uma 80% da população negra, então é recomendado que a empresa reflita essa taxa entre seus profissionais.

Lembrando que a empresa deve analisar os resultados por unidade, os colaboradores de uma filial podem ter o perfil diferente da matriz, e isso influencia na definição das estratégias.

Olga Mendes, gerente de responsabilidade social da Patrus compartilhou em reunião que em 2021, a empresa fez o seu primeiro censo e, agora em 2024, está com outro em andamento.

“Fizemos um censo de autodeclaração e tivemos uma participação expressiva. Com os resultados, revisamos os processos internos e surgiram muitas ideias e definições estratégicas para nossa atuação”, conta Olga.

 “Intuitivamente, antes de criarmos o Vez & Voz, nós fizemos uma pesquisa que direcionou como seguiriam as ações do movimento. Por isso, é essencial ter este diagnóstico”, concluiu Camila Florencio, coordenadora do Vez & Voz.


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