Segundo o coronel da reserva do Exército Paulo Roberto de Souza, assessor de segurança do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região) e da Fetcesp (Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado de São Paulo), além das cargas, os grupos costumam levar dinheiro e objetos pessoais dos motoristas.
O caminhoneiro Elder Nogueira, que passa diariamente pela rodovia, conta que já presenciou um ataque.
— Abriram o caminhão de um colega, só que ele carregava farinha e a carga não interessava para eles [saqueadores]. No momento do tumulto, havia umas quatro pessoas, sendo um adulto. As outras eram crianças. E todos eles estavam com um facão na mão.
De “rodovia da morte”, Régis vira campeã de saques
Para evitar ser alvo, Nogueira diz ter adotado uma “estratégia”.
— Eu carrego carga de até R$ 1 milhão. Então, a gente vem com um caminhão mais velho para dar uma enganada.
Gerente de uma oficina de mecânica em um posto de combustível às margens da Régis, Everton Marcelino, diz que já viu roubo de todo tipo de carga, como frango, arroz, leite, televisão e geladeira. Segundo ele, há saques até dentro do posto, quando o motorista está dormindo.
— Tem um funcionário que dorme na loja e vê roubos por aqui. É muita gente que vem saquear. Eles chegam com alicate, abrem o baú e roubam a carga. Um fala para o motorista não reagir e os outros levam a mercadoria.
Comerciantes também dizem ser prejudicados, indiretamente, com os saques. Ouvidos pelo R7, eles disseram que a movimentação nos restaurantes e lanchonetes da região caiu porque os motoristas ficam com medo de parar. De acordo com Paulo Machado, proprietário de um restaurante no km 337, caminhões também são atacados em frente ao seu estabelecimento.
— Tem uns [saqueadores] que jogam pedra no vidro do para-brisa do caminhão e machucam os motoristas. Eles chegam machucados no restaurante, pedindo ajuda.
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