Categoria afirma que desempenha atividades essenciais na pandemia, como transporte de alimentos e de insumos hospitalares
Com a vacinação em ritmo lento no Brasil, associações de trabalhadores buscam fazer parte dos grupos prioritários. Em carta divulgada em março, a Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) pediu ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da saúde, Marcelo Queiroga, que a categoria fosse incluída no plano de vacinação contra a covid-19.
Segundo dados do Ministério da Saúde, os caminhoneiros são o 27° grupo prioritário, entre 29 listados, no Plano Anual de Operacionalização de Vacinação contra a Covid-19 (PNO). Cerca de 72,2 milhões de brasileiros são considerados grupos prioritários, quase 36% da população do país, incluindo idosos, portadores de comorbidades, professores e gestantes.
O PNO da Covid-19 também explica como os grupos prioritários são definidos para a vacinação. “Os grupos prioritários foram definidos conjuntamente com as áreas técnicas do Ministério da Saúde e colaboradores no âmbito da Câmara Técnica Assessora, estabelecendo os critérios a serem adotados por ocasião da vacinação, conforme quadro 3”, afirma o documento.
“Nesse cenário, os grupos de maior risco para agravamento e óbito, caso venham a se infectar, devem ser priorizados. Além disso, no contexto pandêmico que se vive, com a grande maioria da população ainda altamente susceptível à infecção pelo vírus, também é prioridade a manutenção do funcionamento e da força de trabalho dos serviços de saúde incluindo os trabalhadores da saúde entre os grupos prioritários para vacinação contra a covid-19”, acrescenta o texto do PNO.
Responsabilidades
O presidente do Sindicato de Caminhoneiros de Ourinhos (Sindicam), Ariovaldo de Almeida Silva, explica que a vacinação desses trabalhadores deve ser responsabilidade não apenas do governo federal, mas também de estados e municípios. “O governo tem sido muito solícito com os caminhoneiros, nós entendemos que existem representações mais fortes que as nossas e que ainda não conseguimos a vacina por questões logísticas. Estamos nos esforçando na interlocução com o governo federal e os estados para vacinarmos, até porque não temos nenhum ponto no meio das estradas para vacinar os caminhoneiros, isso deverá ser feito nos municípios”, pondera Ariovaldo.
Sobre a necessidade dos caminhoneiros estarem incluídos no grupo da vacinação, Wallace Landim, Chorão, presidência da Abrava, explica que os profissionais exercem papel importante nesse momento de pandemia. “Os caminhoneiros carregam grãos, fertilizantes, estamos em contato com as pessoas do porto, com o pessoal que vem de fora”.
Ele acrescenta que o grupo está preocupado com a demora. “Estamos preocupados e cobrando o governo porque ficamos felizes pelos portuários que receberão a vacina, mas também fazemos parte dessa cadeia”, disse.
Por fim, o caminhoneiro chama a atenção da importância da profissão para a chegada de insumos no combate à pandemia. “Estamos incomodados com a previsão que só vamos nos vacinar depois de setembro e diversos outros grupos estão à nossa frente. Nós trabalhamos para nunca deixar faltar insumos hospitalares que chegam ao país, nós nunca paramos”, desabafa o presidente da Abrafa.
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