O secretário municipal dos Transportes, Marcelo Cardinale Branco, informou ontem que as novas restrições serão adotadas após o fim de todas as obras na Avenida Jacu-Pêssego. A via foi entregue pelo governo do Estado no sábado passado, mas, segundo o secretário, ainda há “obras complementares“ a serem feitas, como novos acessos.
A atual gestão também espera a conclusão dos novos estudos, que serão elaborados em parceria com a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) – o convênio foi assinado ontem. Eles vão monitorar, entre outras coisas, o caminho da carga na cidade. “Vamos analisar que origem e destino têm essas cargas, quais as restrições que nós devemos fazer e quais são as rotas alternativas que os veículos devem buscar com a restrição. Para, aí, chegarmos a um pacote completo“, diz Branco.
O levantamento demandará U$ 1,6 milhão apenas para a questão dos caminhões. “A associação na realidade só repassará os recursos obtidos com o Banco Mundial, que está investindo nas pesquisas de emissão de poluentes. Serão repassados, no total, US$ 8,5 milhões para três cidades brasileiras: São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte“, afirma o superintendente da ANTP, Marcos Bicalho.
O cuidado de mapear as rotas alternativas tem o objetivo de evitar que aconteça algo semelhante ao que ocorreu no início das restrições na Marginal do Pinheiros. Na ocasião, os caminhões contornavam a proibição acessando vias residenciais do Morumbi, na zona sul da cidade. Dias depois, foi preciso corrigir a situação, anunciando a proibição em outras vias da área.
Sobre os problemas na Avenida Jacu-Pêssego, inaugurada no sábado passado, Cardinale disse que haverá ajustes na sinalização onde for necessário e ressaltou que o Estado – responsável pela obra – vai substituir as passarelas provisórias por definitivas. Reação. O setor de carga criticou a possibilidade de novas restrições e disse que a Prefeitura não consegue distinguir os caminhões que fazem o abastecimento interno e os que estão de passagem. “De fato é complicado passar na Avenida do Estado. Mas muitos caminhões servem aquela região. Então essa restrição vai prejudicar a cidade“, diz o vice-presidente do Sindicato das Empresas do Transporte de Carga de São Paulo (Setcesp), Manoel Sousa Lima.
A entidade também reclama que não haverá saída para as Rodovias Presidente Dutra e Fernão Dias, se as restrições se confirmarem. “Pelo Rodoanel e pela Jacu-Pêssego, você só alcança a Ayrton Senna, não a Dutra.“ / COLABOROU FELIPE ODA
SEM CAMINHÕES
Centro Expandido
Área de 100 km2 em que fica proibido o tráfego de segunda a sexta-feira, das 5 às 21 horas.
Marginal do Pinheiros
Restrição inclui as Avenidas dos Bandeirantes e Jornalista Roberto Marinho, de segunda a sexta-feira, das 5 às 21horas.
Morumbi
De segunda a sexta-feira, das 5 às 21horas, na seguintes vias:Rua Jules Rimet, da Praça Roberto Gomes Pedrosa até a Padre Lebret; Av. Giovanni Gronchi; Av. Francisco Morato; Dr. Luís Migliano; Av. Guilherme Dumont Villares; Av. Jacob Salvador Zveibel; Av. João Jorge Saad; Eng. Oscar Americano; Padre Lebret; e Av. Morumbi. (Renato Machado – O Estado de S.Paulo)
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