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27 de Fevereiro de 2015 – 04h57 horas / Luiz Marins

Um dos maiores problemas da atualidade é a obesidade. Pode parecer ridículo ou contraditório, mas enquanto a maioria do mundo ainda passa fome, milhões, principalmente nos países mais ricos, são obesos. São centenas de livros publicados sobre dietas, as mais incríveis e mirabolantes. Hoje se condena e se indica como saudável quase tudo o que pode ser ingerido: do café ao pão; do ovo ao leite, tudo é discutido, aprovado, reprovado e os alimentos passam de heróis a vilões em minutos no mundo inteiro. O que fazer num mundo de tantos modismos?

Os cientistas mais sérios, no mundo inteiro, parecem recomendar que se coma de tudo, porém de forma moderada.  Mas como conseguir isso? É aqui que os antropólogos têm sido chamados a opinar. Como tem sido a dieta humana nos últimos milênios da civilização? Como o homem primitivo se alimentava? O que fazer hoje?

Como antropólogo pude observar tanto entre os aborígines australianos como entre os índios brasileiros e outras sociedades que visitei que, independentemente de sua dieta, todos eles fazem suas refeições com muita calma e tempo. Eles mastigam muito os alimentos que levam à boca. Eles saboreiam os alimentos. Eles parecem saber que além da função puramente alimentar, comer é um dos maiores prazeres da vida e eles curtem esse prazer com respeito e até uma certa ritualização.

O mundo moderno, do fast-food e do comer com culpa (para não engordar) tirou o ritual e o prazer das refeições. O comer “científico” (sic) da era do micro-ondas e da falta de tempo onde queremos medir as calorias, as proteínas e que tais de cada alimentos, nos tirou a naturalidade na mais elementar função do ser humanos que é comer. Comer virou culpa e não prazer.

Assim, o meu conselho simples é o mesmo dos sábios da antiguidade, dos orientais, dos monges ocidentais e dos primitivos que conheci: comer devagar, em bocados pequenos e comer de tudo, sem culpa, com prazer, mastigando muito e agradecendo a cada bocado, até mesmo uma sobremesa ou fruta e um bom vinho bebido, igualmente, com muita moderação.

Assim, beba o sólido e coma o líquido, ou seja, lembre-se que a boca é parte essencial do sistema digestivo. Portanto, mastigue bem, até que o sólido se torne líquido para que seja “bebido”. E coma o líquido, ou seja: beba devagar, saboreando a sua bebida como se fosse algo sólido.  Resumindo: ao comer e ao fazer tudo na vida lembre-se da velha e atual virtude da moderação.

Pense nisso. Sucesso!


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