Balança comercial tem maior superávit para julho em três anos
Compartilhe
04 de Agosto de 2015 – 05h00 horas / G1

As exportações superaram as compras do exterior em US$ 2,37 bilhões no mês de julho, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nesta segunda-feira (3). É o melhor resultado para meses de julho desde 2012, quando o superávit ficou em US$ 2,96 bilhões – ou seja, em três anos.

Em janeiro e fevereiro de 2015, houve déficits de, respectivamente, US$ 3,17 bilhões e US$ 2,84 bilhões. Em março e abril, o saldo ficou positivo em US$ 458 milhões e US$ 491 milhões. Em maio, a balança comercial teve superávit de US$ 2,76 bilhões e, em junho, o saldo positivo somou US$ 4,52 bilhões.

Importações baixas

De acordo com dados oficiais, a  melhora do saldo comercial em julho deste ano está relacionada, entre outros fatores, com o baixo patamar das importações. No mês passado, as compras do exterior somaram US$ 16,14 bilhões, ou US$ 702 milhões por dia útil, com queda de 24,8% sobre o mesmo mês de 2014.

Em US$ 702 milhões em julho, as importações ficaram em patamar próximo de maio (US$ 700 milhões) – que foi o mais baixo mais baixo, para todos os meses, desde dezembro de 2010, ou seja, foi o menor patamar em quase quatro anos e meio. A comparação pela média diária é considerada mais apropriado por especialistas.
De acordo com o governo, as vendas ao exterior, por sua vez, somaram US$ 18,52 bilhões em julho, e, com isso, tiveram uma queda de 19,5% sobre o mesmo mês de 2014. Nesta comparação, as recuaram as vendas de produtos básicos (-22,4%), manufaturados (-16,2%) e de semimanufaturados (-15,7%).

"Melhora do saldo comercial é sempre positivo. O movimento de importação e de exportação varia muito. As quantidades de minério de ferro, farelo de soja e soja em grão e petróleo em bruto exportadas, por exemplo, são recordes neste ano, mas os preços destes produtos caíram", declarou o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério do Desenvolvimento, Herlon Brandão. Segundo ele, a valorização do dólar, que encarece importações e torna vendas externas mais baratas, teoricamente tem efeito sobre o saldo comercial "mas é muito difícil mensurar".

Acumulado do ano

No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, a balança comercial registrou superávit de US$ 4,59 bilhões. Com isso, houve melhora frente ao mesmo período do ano passado, quando foi contabilizado um déficit das transações comerciais do Brasil com o exterior de US$ 952 milhões.

O resultado da parcial de janeiro a julho deste ano, ainda segundo dados oficiais, foi o melhor, para este período, desde 2012 – quando foi registrado um saldo positivo de US$ 9,92 bilhões.

Na parcial de 2015, as exportações somaram US$ 112,85 bilhões, com média diária de US$ 778 milhões (queda de 15,5% sobre o mesmo período do ano passado). As importações, por sua vez, somaram US$ 108,25 bilhões, ou US$ 746 milhões por dia útil, uma queda de 19,5% em relação ao mesmo período de 2014.

Impacto da queda do preço do petróleo

De acordo com dados oficiais, a melhora do saldo comercial, no acumulado deste ano, está relacionada, também, com a queda do preço do petróleo – que foi de 21% nos sete primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Como o Brasil mais importa do que vende petróleo ao exterior, o recuo do preço favorece a melhora do saldo comercial do país.

No período de janeiro a julho do ano passado, o déficit da conta petróleo, que engloba também combustíveis e derivados, somou US$ 9,93 bilhões. Em igual período deste ano, o saldo negativo somou US$ 3,8 bilhões. Somente este fator gerou, portanto, uma melhora de US$ 6,13 bilhões na balança comercial brasileira no acumulado de 2015.

Resultado de 2014

Em 2014, a balança comercial brasileira teve déficit (importações maiores do que vendas externas) de US$ 3,93 bilhões, o pior resultado para um ano fechado desde 1998, quando houve saldo negativo de US$ 6,62 bilhões. Também foi o primeiro déficit comercial desde o ano 2000, quando as compras do exterior ficaram US$ 731 milhões acima das exportações.

De acordo com o governo, a piora do resultado comercial no ano passado aconteceu, principalmente, por conta da queda no preço das "commodities" (produtos básicos com cotação internacional, como minério de ferro, petróleo e alimentos, por exemplo); pela crise econômica na Argentina – país que é um dos principais compradores de produtos brasileiros – e pelos gastos do Brasil com importação de combustíveis.

Estimativas do mercado e do BC para 2015

A expectativa do mercado financeiro para este ano, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, é de melhora do saldo comercial. A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 6,4 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.

Já o Banco Central prevê um superávit da balança comercial de US$ 3 bilhões para 2015, com exportações em US$ 200 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 197 bilhões.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, declarou recentemente que os resultados parciais da balança comercial brasileira indicam que o saldo do ano de 2015 fechado pode ficar superavitário (exportações menos importações) em um valor entre 8 bilhões e US$ 10 bilhões, informou o governo.


voltar

SETCESP
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.