O crescimento pelo segundo mês consecutivo das importações brasileiras de bens de capital (máquinas e equipamentos usados na produção industrial) pode ser resultado de um reaquecimento da economia, avaliou Abrão Neto, secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. As compras de bens de capital por importadores brasileiros cresceram 34,5% na comparação com setembro do ano passado. Em agosto, já haviam registrado elevação anual de 6,6%. A elevação ocorreu em áreas como veículos de carga, energia renovável e nos setores químico e de celulose.
"[O aumento] pode indicar uma tendência de recuperação dessa linha de importações, muito relacionada a investimentos. Nós confirmaremos essa tendência nos próximos meses", ressaltou o secretário de Comércio Exterior. Ele destacou que também cresceram as importações de bens intermediários, outra categoria ligada ao aquecimento da economia. A alta foi de 15,1% ante setembro do ano passado. "O aumento está concentrado nas importações de bens intermediários e insumos em especial para a agropecuária, como fertilizantes e herbicidas, e também para a indústria dos setores químico e eletroeletrônicos", destacou Abrão Neto.
O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou os resultados da balança comercial em setembro, com registro de superávit de US$ 5,178 bilhões para o mês e de US$ 53,28 bilhões no acumulado do ano.
Os dois números representam recorde para o período de análise. Abrão Neto destacou que o saldo positivo de setembro foi o oitavo recorde mensal consecutivo da balança este ano. Neto disse ainda que a previsão do governo federal, de que a balança encerrará com superávit acima de US$ 60 bilhões, deve ser revista.
"Estamos atualizando nossa estimativa e devemos divulgar uma nova projeção em breve", declarou. O principal motivo para o bom desempenho da balança neste ano é o crescimento dos preços das commodities (produtos básicos, matérias-primas e combustíveis com cotação internacional). Também aumentaram as quantidades exportadas de alguns produtos. Um dos produtos em alta este ano é o petróleo. A chamada conta-petróleo, que computa as exportações e importações do bem, está superavitária em US$ 4,269 bilhões de janeiro a setembro deste ano.
No mesmo período do ano passado, havia déficit de US$ 446 milhões. Abrão Neto atribuiu o superávit ao aumento da produção doméstica de petróleo, associada à recuperação do preço da commoditie no exterior. "[Houve] aumento muito positivo do lado das exportações, crescimento da produção interna e recomposição do preço. Há crescimento das importações, mas tem ocorrido em percentual inferior ao aumento das nossas exportações".
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