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19 de Novembro de 2018 – 14h36 horas / Luiz Marins

Uma das coisas que mais irritam os colaboradores de uma organização é o hábito de muitas chefias em pedir tudo “pra ontem”.

 

Pessoas que têm esse péssimo hábito deveriam saber que, além de serem ridículas, estão solicitando uma coisa impossível que só serve mesmo para irritar colegas e subordinados.

 

Um dos fatores mais impeditivos da inovação e da criatividade é o estresse, a pressão sem sentido, a pressão sem motivos a que colaboradores são submetidos por pura falta de planejamento de sua liderança.

 

É claro que haverá sempre ocasiões em que o senso de urgência é mais que justificado e até necessário.

 

O que é condenável é o verdadeiro vício que muitos chefes têm de pedir tudo “pra ontem”.

 

Tenho ouvido relatos de pessoas que dizem que suas chefias não respeitam sua privacidade sequer em finais de semana e horários noturnos e que isso vem afetando o relacionamento familiar de tal forma que pensam em deixar a empresa na primeira oportunidade que surgir.

 

Essa excessiva pressão tem trazido consequências danosas para a saúde mental dos colaboradores, como afirmam vários estudos. “Há chefes que parecem sentir prazer em entulhar seus liderados com tarefas nem sempre urgentes ou mesmo importantes, apenas para mostrar um estilo de chefia ameaçadora”, me disse um psiquiatra que trabalha com executivos.

 

Com isso, perdem os colaboradores e perde a empresa. “Ansiedade, depressão, síndrome do pânico e outros transtornos têm sido comumente diagnosticados em muitas pessoas no ambiente empresarial de hoje”, continuou ele e isso se deve, principalmente, a uma visão errônea do papel de chefiar que ainda insiste em fazer uma liderança pelo medo, pela pressão e não pelo envolvimento, pelo diálogo e por uma verdadeira motivação pela razão que permita a participação e incentive o comprometimento.

 

Ainda temos a ideia de que trabalhar mais horas significa produzir melhor. O que hoje se busca é maior produtividade, mais inovação e isso somente é possível em ambientes de trabalho em que as pessoas se sintam livres para propor, testar e até mesmo errar.

 

É óbvio que não estou advogando um ambiente de trabalho em que não haja meritocracia; cobrança por resultados; cumprimento de prazos; avaliação de desempenho; metas claras e definidas, onde as pessoas sejam responsáveis e responsabilizadas pelos seus erros e mazelas.

 

O que estou querendo comentar é que um ambiente de trabalho dominado pelo estresse, pela pressão desnecessária, pelo medo, pela ausência de liberdade, não são os que poderão propiciar melhores resultados para a empresa e menos ainda para seus colaboradores.

 

Pense nisso. Sucesso!


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