Podemos dizer que o transporte rodoviário de cargas no Brasil tem características peculiares e sem sombra de dúvidas faz com que sejamos cada vez mais dinâmicos e criativos. Especialmente nos últimos três anos temos uma certa impressão de que muita coisa nova tem surgido e sempre estamos na expectativa que tudo conspire um dia a nosso favor. “Ledo engano” caro leitor. Conversando com os mais experientes é possível perceber uma certa linearidade no comportamento dos empresários e gestores do TRC (transporte rodoviário de cargas) e vamos nos aprofundar nisso.
Não há como negar que quesitos como segurança, legislação, tecnologias, gestão de pessoas têm evoluído e acompanhado as mudanças globais, fornecendo diversas ferramentas e possibilidades de crescimento, expansão e melhorias. Porém vamos divagar. Leia direito, divagar e não devagar, vamos elevar nossos pensamentos nobre leitor. Há pouco tempo me deparei com os significados de duas palavras corriqueiras e
que ultimamente são usadas sem muito aplicação prática, e de imediato me veio uma comparação no nosso dia-dia de transportador. A primeira é a palavra apaixonado que em suas diversas significâncias podemos enaltecer algumas como, aquele que gosta muito, entusiasta, fanático, marcado pelo grande interesse e atração, e podemos ir mais distante, nosso grande parceiro e conhecido Platão complementa ainda que a paixão é algo não necessariamente real, é um desejo vislumbrado, ou seja, um ideal imaginário.
Profundo, mas sincero. Ao ver todos esses significados não me abstive de pensar em como nós empresários do TRC somos apaixonados por caminhões. Vejo os olhos da maioria brilhar quando falam das suas frotas, dos lançamentos de novos modelos, do desejo de ter esse ou aquele caminhão, realmente é algo que nos apaixona, e sinceramente é lindo de ver e ouvir. É como ler um livro de romance e acompanhar toda a saga do rapaz apaixonado em busca da sua desejada.
Ainda divagando, após conhecer a paixão me apresentaram o amor. Ah o amor! Leva um longo período para se desenvolver, é a demonstração de zelo, dedicação, se configura pela busca na verdade essencial, encontrar o que lhe falta tornando-o pleno e completo. Passaríamos algumas páginas dando significado ao amor, mas o importante mesmo é percebemos que é necessário maturidade para amar. E por isso é necessário também estabelecer que precisamos amar os resultados das nossas empresas. De nada adianta sermos apaixonados pelos nossos caminhões se de fato a busca pelo que nos falta não sejam resultados positivos, margens de lucro ou como queiram chamar o amor por aquilo que fazemos.
Nosso dinamismo e criatividade devem ser o alicerce desse amor generoso, e sim senhores, caridoso também. A manutenção e sobrevivência das nossas empresas tem um efeito social importantíssimo e por isso não deixamos de ser caridosos quando amamos ter resultados. Toda nossa evolução tecnológica, legislativa e tantas outras que comentei acima só fazem sentido quando existe esse amor e não simplesmente uma paixão que passa e muda a cada dia. Não devemos manter a qualquer custo nossas paixões, ou melhor, a qualquer preço, não é?
Podemos e devemos ser apaixonados pelos caminhões, eu sou um deles, não faz mal nenhum sermos, porém de nada vai adiantar essa paixão se não tivermos amor pelos resultados reais que devemos gerar nos nossos negócios. E para termos resultados aprendemos naquela conta de padaria que a receita deve ser maior que a despesa, simples assim, mas difícil de ver no nosso segmento. Por isso te convido a essa reflexão, estamos amando nossos resultados? Amadureça e crie coragem para o próximo passo, saia do comodismo e do encantamento das paixões a qualquer custo, perdão, a qualquer preço, ame seus resultados.
* Luis Felipe Machado é Vice Coordenador da COMJOVEM SP – Comissão de Jovens Empresários e Executivos no SETCESP – Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região. Formado em Administração de Empresas pela Faculdade Ruy Barbosa, pós-graduado em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas, atualmente cursa especialização em Gestão de Negócios na Fundação Dom Cabral. Com experiência de mais de 10 anos no setor de transportes, é diretor na Formato Transportes, empresa familiar com foco no Nordeste do país.
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