Objetivo do governo paulista é estimular a população a ficar em casa e frear o contágio do novo coronavírus; medida similar foi tomada pela prefeitura da capital
Após uma votação que entrou pela madrugada, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou nesta sexta-feira, 22, a antecipação do feriado de 9 de Julho para a próxima segunda-feira, 25. Com isso, a capital paulista deve ter um dia a mais no feriadão prolongado de seis dias, proposto pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) e pelo governador João Doria (PSDB) para estimular a população a ficar em casa e frear o contágio do novo coronavírus.
O placar ficou em 47 votos a favor do feriado antecipado e 5 votos contra. Deputados baseados no litoral do Estado protestaram contra a medida, sustentando que os feriados já implementados na capital levaram a um aumento de fluxo em direção a estâncias turísticas nos últimos dias.
Mas o projeto ganhou apoio até de partidos da oposição, como o PT, que votou a favor, não sem criticar o comportamento do governo. “Sim ao feriado, mas também que o governo tente corrigir o que foi feito de forma atabalhoada, que amanhã sente numa mesa e ajude os prefeitos do litoral para ter uma medida, uma propaganda educacional, que fique em São Paulo, que fique em casa, para aumentar o isolamento”, disse o deputado Ênio Tatto (PT).
A bancada petista chegou a propor, em uma emenda ao projeto, que o governo estadual adotasse medidas complementares ao feriado antecipado, como a restrição do tráfego de veículos em estradas e rodovias e a construção de barreiras sanitárias permanentes no acesso aos litoral. O deputado Paulo Fiorilo (PT) chegou a propor que o governo adotasse um bloqueio total, o chamado “lockdown”, mas a medida não ganhou adesão.
Deputados do PSL criticaram duramente a medida do governo. A deputada Letícia Aguiar (PSL) foi contra a antecipação do feriado. “Não iremos acatar tudo que mandam pra cá. As pessoas que tem casas de veraneio e chácaras vão se transferir para lá no feriado. Precisamos evitar isso”.
O relator do projeto foi o próprio líder do governo Doria na Alesp, deputado Carlão Pignatari (PSDB), que orientou a aprovação do projeto na íntegra e sem a inclusão de nenhuma emenda.
Apreciação de emendas
Após a aprovação do projeto, o presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB), iniciou uma sessão extraordinária para apreciar as emendas. mas encerrou a votação por falta de quórum. Sem a conclusão da votação, o projeto não pode seguir para a sanção do governador João Doria. Uma nova sessão está marcada para esta sexta-feira, às 10h.
O decreto ainda não foi publicado. Assim que o Diário Oficial o fizer, colocaremos nesta matéria.
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