ABC: microempresa fecha 2014 no prejuízo
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25 de Fevereiro de 2015 – 05h26 horas / Diário do Grande ABC

As micro e pequenas empresas do Grande ABC fecharam 2014 com resultados piores do que os da Capital, da Região Metropolitana e do Interior. A queda nas vendas foi bem maior, inclusive, do que a média de todo o Estado. Isso é o que aponta pesquisa divulgada ontem pelo Sebrae-SP.
 

Conforme o estudo, as companhias com esses portes nos sete municípios registraram, em média, queda de 4,6% no faturamento real (já descontando a inflação), enquanto no Interior houve redução de 1,6% e, na Capital, ligeira alta de 0,8% nas vendas. A Região Metropolitana apresentou incremento de 0,3% e, na média paulista, a variação ficou negativa em 0,6%.
 

O fraco desempenho das MPEs (Micro e Pequenas Empresas) do Grande ABC, que movimentaram R$ 1,4 bilhão a menos que o faturado um ano antes, reflete não só a desaceleração da economia, mas também o desempenho do setor industrial, em especial do segmento automobilístico, que teve um ano difícil, cita a consultora do Sebrae-SP Letícia Aguiar.
 

As vendas de veículos zero-quilômetro tiveram retração de 7,3% em 2014 frente aos números de 2013, de acordo com dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e, como a região é importante polo automotivo, por concentrar fábricas de seis montadoras, isso acaba tendo efeito na cadeia de fornecedores e também repercute no comércio e nos serviços, afirma a especialista.
 

Além do faturamento em retração, as MPEs da região reduziram o quadro de pessoal em 2,1% em 2014. O resultado contrasta com o nível de ocupação nas companhias com esses portes na média de todo o Estado, que ficou praticamente estável (alta de 0,8%).
 

Letícia assinala que os cortes de postos de trabalho têm relação direta com o faturamento menor. Além disso, com menos estrutura financeira para adotar instrumentos como lay-off (suspensões temporárias de contratos) ou licenças remuneradas, como fizeram muitas montadoras, as pequenas fabricantes são obrigadas a demitir mais rapidamente, para se manter vivas no mercado, observam especialistas.
 

O cenário já vinha adverso para as indústrias nos últimos anos, mas as receitas das micro e pequenas firmas estavam sendo mascaradas porque muita gente investia, com o dólar barato, na venda de produtos importados. “Mas há um esgotamento da política de promoção do consumo, as pessoas precisaram retrair as compras, e isso afeta o comércio e os serviços”, diz o diretor titular do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Diadema, Donizete Duarte da Silva.
 

Empreendedor está pessimista quanto ao rumo dos negócios
 

Os donos das micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo demonstram pessimismo recorde, tanto em relação ao rumo dos negócios quanto ao futuro da economia, aponta o levantamento do Sebrae-SP.
 

O estudo mostra que 16% afirmaram, em janeiro, esperar piora em seu faturamento nos próximos seis meses. É o maior percentual, desde maio de 2005, quando as expectativas foram introduzidas na pesquisa. No início de 2014, os pessimistas eram 9%. A maior parcela, de 55%, no entanto, acredita em estabilidade (eram 50% há um ano) e 24% falam em melhora (ante 31% no mesmo período anterior).
 

Também há forte descrença quanto ao cenário econômico até julho. Em janeiro, 32% afirmaram crer em piora, o dobro do observado no mesmo mês de 2014.
 

Para a consultora do Sebrae-SP Letícia Aguiar, 2015 será um ano de ajustes e, por isso, será preciso ter atenção redobrada com o planejamento e a gestão, além de tomar cuidado com os empréstimos.


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