Isso foi em janeiro de 2007. Mas, para ter efeito prático, a lei precisava de regulamentação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Passou mais de um ano até que, em fevereiro passado, a ANTT baixou a resolução 2.550, regulamentando a lei 11.442 em alguns aspectos que representam grandes novidades para o setor – como o curso para quem quiser ser autônomo, a exigência de que as empresas apresentem um responsável técnico pelo seu trabalho (que também deve fazer um curso) e as penalidades para quem não cumprir a própria lei. Mas nada aconteceu de imediato, porque a resolução dava um prazo de 180 dias para começar a ser cumprida.
E o que aconteceu em agosto, ao fim dos 180 dias? A ANTT prorrogou para 12 de novembro próximo a data em que a resolução 2.550 vai começar a vigorar!
A razão alegada é que a agência não está preparada para “agilizar a tramitação das solicitações dos transportadores” e pretende, nesse período, adquirir “novos recursos tecnológicos”, de forma que “todo o processo de regulação do transporte rodoviário de carga será fundamentado em um procedimento que permita a análise documental de forma eletrônica e evite ao máximo a necessidade de análise e guarda de documentos de papel”.
Explicando melhor: o que precisa ser feito, para que a lei possa ser aplicada, é o recadastramento, na ANTT, de todas as empresas, motoristas autônomos e veículos que atuam no transporte rodoviário de cargas para terceiros. Eles serão novamente inscritos no RNTRC – Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga – mediante as novas condições impostas pela lei. A ANTT alega que quer montar um sistema eletrônico (por computador) de análise de documentos, de forma a evitar a manipulação de papéis, e está se preparando para isso. E acredita que poderá dispor desse sistema até 12 de novembro.
Esperamos que isso aconteça, porque, de outra forma, será impossível fiscalizar a aplicação da resolução 2.550, na qual estão previstas penalidades que vão desde pesadas multas até a cassação do registro da empresa ou do autônomo para quem não cumprir as novas normas. Em visita a Belo Horizonte, no encerramento do 13º Encontro Mineiro do Transporte Rodoviário de Carga, o novo presidente da ANTT, Bernardo Figueiredo, empossado em julho para um mandato de cinco anos, admitiu ser essa uma das razões pelas quais adiou a entrada em vigor da resolução: ele quer dispor de meios para exigir o cumprimento da lei e poder punir os que a desrespeitarem.
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