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09 de Novembro de 2018 – 17h00 horas / Luiz Marins

A chamada “gig economy” (pronuncia-se guig – como em guia), se refere a empregos temporários, geralmente de curta duração e sem vínculo empregatício formal com o empregador. O termo “gig” surgiu como sinônimo de show para bandas – “a banda fará um gig no bar do hotel” — para descrever um evento descompromissado, remunerado na forma de um cachê. Assim o termo descreve trabalhos pontuais, realizados sem compromisso para o contratante, além da remuneração acordada entre as partes.

 

O termo se refere, principalmente, a trabalhos vinculados a um aplicativo – como Uber, iFood, Airbnb e tantos outros hoje existentes no mundo todo. No Brasil, o termo vem sendo usado como trabalhador “freelance” como as diaristas e faxineiras, os encanadores e outros profissionais que fazem serviços domésticos sob demanda, garçons eventuais em festas, casamentos, entregadores de pizza, etc.

 

Trabalhadores “gig” normalmente são pagos por tarefa concluída ao invés de ganhar um salário, como funcionários. Uber, Handy, Upwork e PeoplePerHour estão entre as milhares de plataformas em todo o mundo que oferecem essas oportunidades. Todos os tipos de serviços estão em oferta, desde montar uma apresentação em PowerPoint até fazer uma faxina em uma casa. E essa tendência de trabalho (não se pode chamar de “emprego”) está crescendo no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Estima-se que em 2020 40% dos trabalhadores americanos estarão atuando dentro da “gig economy”.

 

E a mudança será cada vez mais rápida. O IBGE publicou em 30/10/2018 os dados sobre emprego no Brasil no trimestre abril/junho/2018 e mostrou que foram criados 1.384.000 empregos dos quais 90% fazem parte do que podemos chamar “gig economy” ou similar – na nomenclatura do IBGE “trabalhadores por conta própria” e “sem carteira assinada”.

 

As opiniões diferem sobre se isso é bom ou ruim. Os favoráveis apontam para a flexibilidade do “gigging”, que pode ser particularmente útil para pessoas com crianças e para pessoas com deficiência ou idosos. Outros temem que a economia gig termine com o emprego estável e decentemente pago para pessoas, principalmente as menos qualificadas que ficarão à margem dos benefícios trabalhistas tradicionais.

 

A verdade é que as relações de emprego estão mudando aceleradamente no mundo todo. Grande parte dos mais jovens preferem uma renda maior e maior liberdade a um emprego seguro e permanente.

 

As discussões e controvérsias são grandes e serão ainda maiores à medida que a tecnologia e a competição mundial se acelerar.

 

Pense nisso. Sucesso!


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