De paliativo em paliativo, desde pistas adicionais até mais restrições, o problema vem sendo empurrado com a barriga há anos. A conversa parece sempre a mesma. Mais investimentos em transportes públicos que parecem nunca ser suficientes. Ou mudar a matriz de transporte de carga, o que nunca acontece.
O que podemos fazer quase que imediatamente que traz resultados e não precisa de recursos significativos? Mudar os conceitos de logística por parte das empresas.
A logística ou movimentação de bens e materiais é uma atividade que não agrega valor. Um produto não muda as suas características ou ganha valor se for transportado mais longe ou mais vezes.
Se olharmos nas nossas ruas, avenidas e estradas e, um pouco além, nos acessos as nossas empresas, quer sejam industriais ou de serviços, notamos uma enorme quantidade de caminhões subutilizados ou mesmo sem carga, rodando por nossas vias congestionadas, ou então caminhões parados, esperando para carregar ou descarregar.
O setor automobilístico tem sido o pioneiro ao adotar cada vez mais os conceitos da logística lean. Ao mesmo tempo em que os custos totais diminuem, os estoques diminuem e há uma melhor utilização do uso dos equipamentos de transportes.
Pode parecer paradoxal um sistema que sugere que se transporte com maior frequência em lotes menores de itens, e ao mesmo tempo isso significa uma melhor utilização dos recursos. A mentalidade dominante sugere que quanto maiores os volumes transportados, maior a eficiência. E procura manter elevados estoques para garantir um bom atendimento. O sistema tradicional não consegue nem um, nem o outro. Conceito antigo, a ser superado. A logística lean utiliza os conceitos de fluxo contínuo, como em um rio, para entregar produtos na hora certa e na quantidade certa. Com baixos estoques, alto nível de entrega e satisfação dos clientes e baixos custos totais.
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