Defasagem do frete chega a 13,8% e faz parte dos desafios do setor
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Os três principais insumos do setor de transporte de cargas, que, juntos, representam cerca de 90% do custo final de uma operação do setor, são: veículo, mão de obra e combustível. De acordo com um levantamento realizado pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), em 18 meses, os valores desses fatores aumentaram em 42%, 12,5% e 104%, respectivamente.

Em evento promovido pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP), foi apresentada a pesquisa de mercado referente ao primeiro semestre do ano. Diante desses aumentos, 73% dos transportadores reajustaram o frete, 7% mantiveram e 20% ofereceram descontos. Além disso, 45% das empresas de transporte de médio porte que responderam o estudo disseram que o cenário foi melhor que em 2021; para 18% o cenário foi igual; e para 37% foi pior que o ano passado.

Outra questão abordada na entidade é a defasagem do frete que está, em média, em 13,8%. Para Adriano Depentor, presidente do conselho superior e de administração do SETCESP, esse é um problema crônico do setor. “Na verdade, isso não deveria acontecer, visto que é uma responsabilidade do empresário que precisa valorizar o seu negócio. Observamos que, quando há um crescimento no custo de qualquer insumo relacionado ao transporte, a indústria e o comércio aumentam o seu preço, porém o transportador não consegue realizar este repasse efetivamente. É uma inabilidade do empresário em repor essas tarifas”.

Em relação ao futuro, 27% dos pesquisados acreditam que o frete vai melhorar e 41% acham que pode piorar. Segundo Lauro Valdivia, assessor técnico da NTC&Logística, “o que devemos fazer é calcular os custos de modo correto e cobrar o que precisa ser cobrado”.

Uma alternativa para as empresas de transporte é o Painel do Diesel, criado pelo Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), órgão parceiro do SETCESP, que auxilia o transportador a mensurar o preço do diesel nos municípios do estado de São Paulo e nas capitais de todo o país.

“Somente no primeiro semestre de 2022, já realizamos mais de dois mil atendimentos para empresas que vêm até o SETCESP buscar esses números. Ajudamos com todas as informações necessárias para que o transportador possa buscar alternativas frente ao mercado e equilibrar as operações”, afirma Raquel Serini, economista do IPTC.


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