Evento tradicional da entidade apresentou os temas discutidos durante o CONET e também promoveu Oficina sobre Planilha de Custos e Contratos
Nesta quarta-feira (19), ocorreu na sede do SETCESP a 7ª Conferência de Tarifas de Frete. O encontro busca reverberar os temas abordados no CONET&Intersindical – Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado, e nesta edição em especial, contou uma oficina de custos e contratos.
O presidente do Conselho Superior e de Administração do SETCESP, Tayguara Helou, e a presidente executiva, Ana Carolina Jarrouge, iniciaram o evento falando das decisões tomadas em Curitiba, durante o CONET&Intersindical que reuniu empresários e lideranças do setor, nos dias 6 e 7 de fevereiro, para debates, análises e divulgações de estudos.
“Essas discussões servem para mostrar como as empresas estão se comportando diante do mercado”, esclareceu Tayguara, destacando que o ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça, também esteve presente no evento falando da Lei de Abuso a Autoridade.
“Nós transportadores não temos outro caminho a não ser estarmos juntos nas entidades para lidarmos com essas situações adversas e sermos bem representados”, declarou Ana.
Antes de passar a palavra para Lauro Valdívia, que é especialista em transporte e coordenador do DECOPE/NTC&Logística – Departamento de Custos Operacionais da Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística, Tayguara fez questão de chamar atenção para a tabela do Piso Mínimo. “A lei de mercado as vezes acaba se sobrepondo a tabela. Nesse momento o que a entidade vem pleiteando é que haja uma decisão a respeito. Se é, ou não, Constitucional. A indefinição gera um debate, e não estamos aqui para fazer frente ao autônomo ou ao embarcador, ao contrário nossa intenção é viabilizar o trabalho de ambos”.
Chamado ao palco, Lauro explicou que os custos do transporte de cargas são considerados levando em conta a variação do preço do diesel, veículo, mão de obra e inflação. No cálculo referente ao segundo semestre de 2019, foi apurada uma defasagem média de 13,9%. “Vejo uma dificuldade grande do setor que não cobra tudo o que deveria. A falta de receita é pela falta de cobrança. Se o transportador não aprender a cobrar não vai ter lucro com transporte”, comentou.
Lauro, ainda contou, que nos últimos 12 anos, desde que o custo do frete começou a ser medido, o valor apurado sempre esteve em defasagem. “A nossa pesquisa apura custos e valores seriamente, o frete sempre esteve abaixo mesmo, isso é uma certeza”, afirmou Lauro justificando os dados obtidos.
Segundo o estudo apresentado por ele 50% das empresas não cobra frete valor, 61% delas tem valores em atraso para receber e 40% não conseguem pagar os tributos em dia. “Isso é uma consequência lógica. Se você cobra menos do que deve, também não consegue pagar tudo o que precisa”, indicou Lauro.
Assumindo a palavra, Barbara Calderani, que é diretora da especialidade de Logística do SETCESP e vice-coordenadora do Instituto COMJOVEM, compartilhou algumas questões mercadológicas e ferramentas para se obter maior rentabilidade no setor.
A última palestra da manhã foi realizada por Adauto Bentivegna Filho, assessor jurídico e executivo do SETCESP, que abordou especificamente sobre a tabela do Piso Mínimo, reforçando alguns legais em relação ao frete retorno, a frota fidelizada e também o CIOT.
“Quando se fala de CIOT para todos, é para contratações, subcontratações ou resdespacho, são essas as situações em que o CIOT é necessário”, esclareceu Adauto.
Oficina
À tarde, os participantes tiveram uma oficina sobre Planilhas de Custo e Contrato de Transportes.
Raquel Serini, economista do IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Carga) orientou o público a forma de lidar com as alíquotas nos distintos tipos de transporte, ressaltando também sobre as margens de lucro e indicando as diferenças entre custo e preço. “Custo é tudo o que você gasta na sua operação, já o preço você determina incluindo, inclusive, o seu lucro”, explicou.
Em caso de dúvidas sobre esse e outros assuntos, entre em contato com a Raquel pelo e-mail economia@setcesp.org.br.
Na sequência, Caroline Duarte, advogada do departamento jurídico do SETCESP, apresentou as condições contratuais mais comuns no transporte apontando ainda as cláusulas mais utilizadas na documentação.
Se você quiser esclarecer alguns pontos sobre a documentação, fale com a Caroline por meio do e-mail juridico@setcesp.org.br.
No final foi realizada uma oficina de simulação de frete conduzida por Barbara Calderani e utilizado exemplos de viagens para as quais o frete foi calculado juntamente com a plateia usando a tabela de referência da NTC&Logística. A dinâmica ajudou a esclarecer as dúvidas dos participantes porque considerou também os valores de tributação.
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