Na comparação com setembro, o mês passado registrou 11,29% de alta nas vendas de caminhões. Em relação a outubro de 2016, o salto foi ainda maior: 47,85% de aumento, conforme dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Essa luz no fim do túnel é responsabilidade do início do processo de retomada da economia do País, que, segundo especialistas, deixou o empresário mais confiante na hora de investir em bens duráveis.
Embora as vendas entre janeiro e outubro (acumulado do ano) tenham sido levemente inferiores às de 2016, o gerente de vendas de caminhões da Scania do Brasil, Wagner Tillmann, defende que há um sentimento de melhora no segundo semestre e que deve haver melhora em vendas, especialmente após a enxurrada de novidades divulgada na Fenatran (Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas), no mês passado.
Para ele, a montadora sueca deve vender cerca de 10% a mais em 2018, mesmo sendo ano de eleições e de Copa do Mundo – eventos que reduzem o número de dias úteis no País. “Mesmo com o mercado em queda, a Scania cresceu 14% até o presente momento, e temos potencial e portfólio para alavancar ainda mais”, salienta. Cabe lembrar que o R 440 é o caminhão mais emplacado do Brasil, com 354 unidades só no mês de outubro. No acumulado do ano, o modelo já soma 2.196 exemplares. Com este resultado, o pesado já superou o 113, que era até então o mais vendido da história da fabricante.
Outra montadora que comemora reação do mercado é a Mercedes-Benz, que está no topo do pódio em market share, com 27,89%. “A Fenatran 2017 superou as nossas expectativas pelo grande número de pessoas que passou pelo nosso estande, atraídas pelas inovações da nossa linha de caminhões 2018. Com base nisso, acreditamos em bons negócios futuros com base no retorno que tivemos durante a feira”, comemora Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas, marketing e peças & serviços caminhões e ônibus da fabricante alemã, também instalada em São Bernardo.
Que o setor está saindo da UTI (unidade de terapia intensiva), é fato. Mas precisa de paciência, pois “diferentemente do automóvel, é necessário que o caminhão dê lucro ao proprietário, até para que o mesmo consiga pagar suas prestações. Por isso, o crescimento (do setor) não deve ser imediato”, acredita o especialista em mercado Paulo Roberto Garbossa.
Por outro lado, ele crê em retomada a partir de 2018. “Quanto mais se vende, mais se precisa de caminhões para transportar tais mercadorias. Por exemplo, o setor de automóveis cresceu (10,6% no acumulado do ano em comparação com o mesmo período de 2016) e, para isso, é necessário comprar (caminhão) cegonha, então, é um crescimento natural”, diz. O especialista prefere não estimar percentual de expansão, afinal, o mercado depende de série de fatores, inclusive questões políticas.
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