Com o objetivo de identificar tecnologias inovadoras, novos serviços e modelos de negócios para o setor de transporte e de logística, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) realizou, entre outubro e novembro, uma missão empresarial à China e à Alemanha.
Os representantes da Confederação puderam ter acesso às novidades que estão sendo utilizadas nesses dois países e que podem ser soluções para os entraves do setor enfrentados no Brasil. Durante a missão foram realizadas visitas às empresas que desenvolvem tecnologias aplicadas ao transporte, novas soluções de mobilidade urbana e fontes de geração de energia limpa e renovável.
De acordo com o presidente da CNT, Clésio Andrade, a presença da Confederação em países como a China e a Alemanha tem contribuído para inserir o transporte brasileiro no cenário mundial de inovação tecnológica. “Nosso objetivo é conhecer as inovações e as novas técnicas desenvolvidas no mundo que podem ser aplicadas no Brasil para aumentar a produtividade e reduzir os custos."
Desde 2014, a Confederação mantém um escritório em Pequim, na China, e em 2016, foi aberta a representação em Berlim, na Alemanha. Segundo o diretor para Assuntos Internacionais da CNT, Harley Andrade, os escritórios, além de contribuir para o intercâmbio tecnológico, estimulam a atração de investidores estrangeiros para o Brasil. “Nossa missão é apresentar ao Brasil o que está sendo realizado no mundo de mais inovador, mas também apresentar o Brasil ao mundo, como um país potencial para receber investimentos em infraestrutura de transporte.”
A China tem desenvolvido e incentivado o consumo de veículos movidos a energia elétrica, como um fator de redução da poluição nos grandes centros urbanos e de diminuição de dependência de combustíveis fósseis. Durante a realização da missão da CNT, foram conhecidas as experiências de empresas como a Yunwai Automotive, fabricante de veículos elétricos; a Evokee Eletric Motorcycles, fabricante de motocicletas elétricas; a TUS-Clean Energy e a Haier Energy, focadas em matrizes de geração de energia limpa para redução do consumo de combustíveis fósseis; e a Bluegogo, que atua no aluguel de bicicletas.
Para Luiz Vidal, diretor do escritório da CNT na China, o maior valor de missões como essa realizada pela CNT é explorar como outros países têm desenvolvido sua infraestrutura e quais tecnologias poderiam ser adaptadas para realidade do Brasil e no seu planejamento de futuro. “Assim como o Brasil, a China também é um país de grande extensão territorial e em desenvolvimento, o que torna rico o intercâmbio não só de conhecimento, mas também de experiências.”
Na Alemanha, as visitas também foram focadas em empresas que atuam no desenvolvimento de veículos elétricos e geração de energia limpa, como a Hubject, a MINT Engineering e a Bax Energy. Os representantes da CNT também puderam conhecer a EUREF, um campus de inovação e tecnologia onde várias empresas estão alocadas visando desenvolver novas tecnologias; startups que desenvolvem soluções tecnológicas para o setor de transporte; a Deutsche Bahn Engineering & Consulting, maior operador de ferrovias e infraestrutura ferroviária da Alemanha; e a Deutsche Bahn Academy, instituição que está está firmando uma parceria com o ITL (Instituto de Transporte e Logística) e o SEST SENAT para oferecer curso de especialização para gestores do setor ferroviário.
Na visão do diretor do escritório da CNT na Alemanha, Thiago Ramos, visitas como essas são essenciais para que se desenvolva uma visão globalizada do transporte. “O Brasil ainda tem muito o que aprender com a Alemanha. Enquanto no Brasil ainda estamos muito dependentes às questões de investimentos em infraestrutura, na Alemanha, os novos serviços, produtos e modelos de negócio mostram que transporte não é só infraestrutura. Muita melhoria se consegue utilizando os recursos disponíveis de forma inteligente”, destaca ele.
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