Compartilhe
10 de Janeiro de 2017 – 04h26 horas / Jornal Extra

Após três anos de quedas sucessivas, a corrente de comércio, que é a soma das exportações com as importações, voltará a crescer em 2017. A previsão é de Abrão Neto, secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Ele estima que as vendas externas vão aumentar, depois de cinco anos no vermelho. Já os gastos no exterior poderão recuar menos ou até mesmo aumentar.


No ano passado, a corrente de comércio foi de US$ 323 bilhões, valor quase 11% menor do que o contabilizado em 2015. As exportações caíram 3,09% e as importações, 19,77%. Para o técnico, essa nova tendência fará com que a balança comercial brasileira apresente um saldo positivo semelhante ao do ano passado, em torno de US$ 48 bilhões. A diferença é que, no lugar do “superávit negativo” de 2016 — explicado pela queda mais forte das importações do que das exportações — o país volte a ter o desempenho esperado: com exportações superiores às importações.


Entre os fatores para esse otimismo, Neto menciona o aumento nos preços das commodities exportadas pelo Brasil no mercado internacional e a safra recorde de grãos do lado das exportações. A produção brasileira deve superar 200 milhões de toneladas em 2017.


Segundo o secretário, em 2016, os técnicos da área de comércio exterior do governo constataram uma forte desaceleração da queda das importações a cada trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior: reduções de 33,4% no primeiro, 23,9% no segundo, 13,2% no terceiro e 6,1% no quarto trimestre do ano passado. Ele observou que, nos 70 principais players mundiais, houve um movimento de baixa nas importações de 4,1%, em média.


No caso do Brasil, registrou-se um decréscimo bem superior, de 20% em 2016. Isso se deveu à queda de preços de produtos importados de 9% e em volume, 12,2%. — Do lado do preço, a queda é explicada pelas cotações internacionais. A cotação do petróleo está com a média mais baixa desde 2004. Do lado do volume, tem a desaceleração da economia brasileira. Se diminui a demanda interna, as importações tendem a se arrefecer — disse o secretário.


Outro movimento relevante ocorreu especificamente no mês de dezembro. Os gastos no exterior voltaram a subir a uma taxa aproximada de 9%, frente a uma redução de 5% das exportações. Cresceram, principalmente, as compras externas de insumos industriais e bens de consumo.


O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, acredita que uma das principais razões para a alta das importações é o câmbio, que ficou mais atraente para compras no exterior. — A taxa de câmbio a R$ 3,25, R$ 3,30, atrai importação e não estimula exportação — disse Castro.


Em dezembro de 2016, as importações de bens intermediários (insumos) cresceram 20,7%, com destaque para insumos industriais elaborados. As compras externas de bens de consumo aumentaram 19,6% ante o mesmo mês de 2015.


voltar

SETCESP
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.