Compartilhe
13 de Abril de 2016 – 05h38 horas / O Estado de São Paulo

O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a rebaixar a previsão de desempenho econômico para o Brasil e alerta que as perspectivas para o país estão sujeitas a "grandes incertezas". A estimativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve encolher 3,8% em 2016, o pior desempenho entre os principais países do mundo, segundo o relatório Perspectiva Econômica Mundial divulgado nesta terça-feira. Em janeiro, o Fundo previa queda de 3,5% este ano para o Brasil. Para 2017, o FMI manteve a projeção de crescimento zero.

 

"Estas previsões estão sujeitas a grandes incertezas", advertem economistas da instituição no documento, que não cita explicitamente o cenário político brasileiro e traz recomendação para que o País tome medidas pelo lado dos impostos para melhorar as contas fiscais. Desde 2012, o Fundo vem rebaixando as previsões de PIB do Brasil a cada novo relatório divulgado e o relatório de hoje fala em recuperação "muito gradual" para o País.

 

O Fundo ressalta que caso a economia brasileira não se recupere como o previsto, o PIB fraco do país junto com o da Rússia, outro mercado em recessão, pode voltar a empurrar a expansão da economia mundial para baixo. Os dois países respondem por 6% do PIB do planeta e em janeiro, quando divulgou atualização das projeções, o FMI disse que um dos fatore que pesaram na redução da estimativa para o crescimento mundial foi a recessão no Brasil.

 

"A contração da economia brasileira vem sendo maior que a esperada, enquanto outros países da América Latina permanecem em linha com o previsto", afirma o FMI. Para os economistas do Fundo, a incerteza doméstica segue impedindo o governo de avançar com a reforma fiscal, ao mesmo tempo que a recessão afeta a renda e o emprego. "Com a expectativa de que muitos dos grandes choques de 2015 e 2016 se dissipem, e ajudado por uma moeda mais fraca, o crescimento no Brasil deve ficar positivo durante 2017, contudo, na média o PIB deve ficar estável", afirma o FMI.

 

A recomendação do FMI é que o Brasil persista com os esforços de consolidação fiscal. A melhora das contas públicas pode estimular uma reviravolta nos níveis de confiança dos consumidores e investidores, atualmente em níveis historicamente baixos. Com a "severa limitação" no corte de despesas discricionárias, que são gastos públicos vinculados, o FMI fala que medidas envolvendo impostos são necessárias no curto prazo, sem especificar quais seriam estas medidas. "Mas o desafio fiscal mais importante é resolver a rigidez dos gastos e a insustentável obrigatoriedade das despesas", afirma o FMI.

 

Inflação. Para a inflação, o FMI argumenta que a convergência dos índices de preços para a meta de 4,5% do Banco Central vai exigir uma "política monetária apertada". A projeção é que a inflação brasileira fique em 8,7% este ano e 6,1% em 2017, ambos em queda em relação a 2015, influenciada pela redução dos efeitos da depreciação do câmbio e do ajuste em preços administrados. A taxa de desemprego deve terminar o ano em 9,2% e subir ainda mais em 2017, atingindo 10,2%. O déficit em conta corrente deve ficar em 2% do PIB este ano e 1,5% em 2017.
Reformas estruturais para aumentar a produtividade e a competitividade são essenciais para revigorar o crescimento potencial do Brasil, conclui o relatório.


voltar

SETCESP
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.