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04 de Maio de 2015 – 11h38 horas / Luiz Marins

No dia 01 de Maio de 1886, houve uma manifestação de trabalhadores nas ruas de quebradas, paredes sujas, sujeira pelo chão, etc. Em cima do balcão havia uma pilha de jornais e revistas.

Quando entrei no bar, o dono me reconheceu dos programas de televisão e disse de forma muito animada:  – Professor Marins! Não acredito que seja o sr. mesmo! Que bom que o senhor apareceu por aqui! Por favor, me responda, o sr. acha que o Vladimir Putin vai durar muito no governo com toda essa crise? Mal acreditando na pergunta que estava me fazendo, perguntei:  – O da Rússia?  E ele respondeu:  – Sim, o da Rússia! E então eu disse:  – Confesso que não sei se o Vladimir Putin vai ou não cair. E ele replicou: – Eu fico preocupado! E eu então lhe disse: – Com razão! Imagino a influência da queda do Vladimir Putin no seu bar aqui na beira desta rodovia do interior!

Ele então me fez outra pergunta: – O que o sr. acha que vai aconteceu com o preço do ouro na bolsa de Londres que está caindo há mais de uma semana? E eu perguntei, espantado: – O sr. tem muitos ativos em ouro? Ele disse: – Não! Mas eu fico preocupado!

Ao sair do bar e voltar para a estrada, ainda um pouco atordoado pelas preocupações daquele dono de bar, fiquei pensando: esse homem pegou uma pneumonia mental! O que ele deveria mesmo é pegar uma vassoura e varrer aquele bar; um pano com álcool e limpar os vidros; um pincel e uma lata de tinta e dar um trato naquelas paredes!

Quantas pessoas vivem assim! Em vez de cuidar das coisas de sua realidade concreta ficam preocupadas ou querendo resolver os problemas da Rússia, da Grécia, do Euro ou mesmo de quaisquer coisas sobre as quais não tem nenhuma capacidade de influir. Conheço muitas pessoas assim: elas têm solução para todos os problemas do mundo, menos para os seus próprios problemas!

É claro que não sou a favor de pessoas alienadas, fora da realidade, que não leem jornais e não se informam. Mas é preciso ter equilíbrio e cuidar primeiro das coisas que dependem de nós e resolver os problemas que são de nossa responsabilidade.  Vejo, nas empresas, pessoas que ficam discutindo e criticando o tempo todo, querendo resolver problemas de outras áreas ao mesmo tempo em que os problemas de sua própria área não são enfrentados, nem resolvidos. Vejo pessoas que apresentam soluções mirabolantes para a crise do Oriente Médio e que não cuidam de sua própria saúde ou de sua família. Você, leitor, também conhece pessoas assim. Não sou contra discutir ou criticar, mas é preciso ver e cuidar primeiro de nossa própria realidade concreta e não só fazer discursos.

Pense nisso. Sucesso!


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