As companhias de capital aberto mostraram resiliência operacional no terceiro trimestre, com resultados que ficaram acima do esperado pelos analistas, mesmo com o aumento da pressão de um cenário de consumo em desaceleração na economia doméstica, juros ainda altos, valorização do real e preços de commodities mais baixos no mercado internacional.
Levantamento feito pelo Valor Data com 386 empresas não financeiras mostra que a receita líquida subiu 6,2% no terceiro trimestre, para R$ 1,04 trilhão, enquanto o lucro caiu 26,9%, para R$ 46,5 bilhões, impactado por maiores despesas financeiras no período.
Os números mostram a manutenção da tendência de deterioração nas margens devido, principalmente, ao aumento de custos e de despesas operacionais durante o terceiro trimestre. Além disso, a última linha foi afetada pelo crescimento de 27,2% nas despesas financeiras, com as companhias tendo que fazer maiores desembolsos com a taxa Selic no patamar de 15% ao ano.
Para analistas ouvidos pelo Valor, a temporada foi definida pela expressão “melhor do que o temido”. “Nas semanas que antecederam os resultados, a expectativa era de números fracos, mas os dados vieram surpreendentemente positivos”, avalia Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP. Das empresas cobertas pela corretora, 55% superaram as projeções de lucro e 39% bateram as de receita.
Daniel Gewehr, estrategista-chefe do Itaú BBA, corrobora a visão, destacando a saúde operacional das companhias. “Não foi uma temporada excelente, mas foi melhor que o esperado diante de uma base de comparação difícil”, comenta. Ele pondera, contudo, que o ganho operacional não foi suficiente para compensar o custo da dívida na última linha do balanço.
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