Portos brasileiros batem recorde de movimentação após alta das tarifas dos EUA
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O volume de cargas cresceu 7,8% em agosto; embarques para Índia, México e China compensam queda nas exportações aos norte-americanos

A movimentação de cargas nos portos brasileiros atingiu um novo recorde em agosto, primeiro mês após o aumento das tarifas norte-americanas sobre produtos importados. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o volume movimentado foi 7,8% superior ao do mesmo período de 2024, refletindo a força das exportações para novos destinos e o bom desempenho de terminais privados.

De janeiro a agosto, os portos do país movimentaram quase 915 milhões de toneladas, o maior volume já registrado para o período, e 2,8% acima do resultado de 2024. O avanço foi impulsionado principalmente pelas exportações, que cresceram 3,2% no mês.

Os maiores aumentos foram observados nas vendas para Índia, México, Argentina e China, que ajudaram a compensar a queda de 17% nos embarques para os Estados Unidos, principal destino afetado pelas novas tarifas.

Em nota, o Ministério de Portos e Aeroportos afirmou que o setor vem se ajustando “de forma rápida e eficiente” ao novo cenário internacional. Segundo a pasta, a expansão do modal aquaviário “gera emprego, renda e fortalece a competitividade do Brasil no comércio exterior”.

Terminais privados puxam o crescimento

O desempenho mais robusto veio dos terminais privados, cuja movimentação aumentou 11% em agosto. Entre os portos públicos, o destaque foi Itajaí (SC), que registrou um salto de 412% no mês, impulsionado pela retomada das operações. No acumulado do ano, o porto catarinense já movimentou o dobro de 2024, somando 2,5 milhões de toneladas.

O país também bateu recordes em praticamente todos os tipos de transporte marítimo. O longo curso – rotas internacionais – alcançou 95,4 milhões de toneladas; a cabotagem, 28,2 milhões, e o transporte interior, 8,1 milhões de toneladas.

Entre os tipos de carga, o granel líquido registrou a maior expansão, de 25%, com destaque para petróleo e derivados, que totalizaram 22,5 milhões de toneladas. Já as exportações de minério de ferro cresceram 11,3%, e as de milho, 3,4%.

Especialistas afirmam que os números confirmam a resiliência do setor portuário diante das mudanças no comércio global. “Mesmo com o impacto das tarifas americanas, o Brasil vem ampliando sua presença em outros mercados e reforçando a infraestrutura portuária”, avaliou um analista ouvido pela Folha.

O resultado de agosto consolida uma tendência de diversificação de destinos e produtos, num momento em que o país busca reduzir a dependência de um único parceiro comercial e fortalecer o papel estratégico dos portos na economia nacional.


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