No Brasil, foi registrado um golpe a cada 16 segundos de acordo com a edição 2024 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública
Conforme os golpes se tornam mais frequentes, os meios que criminosos usam para aplicá-los também vão se diversificando. Esta modalidade de crime cresceu no ambiente digital e afeta tanto a pessoa física quanto jurídica. Entretanto, algumas ações podem ser tomadas pelas empresas para evitar este tipo de armadilha.
“Toda organização, por padrão, tem que ter um firewall, o qual é um sistema de segurança instalado. Se não isso, necessita ao menos, ter um antivírus contratado de qualidade”, alerta Alex Diniz, gestor de Tecnologia da Informação.
Apesar desses dois fatores de proteção, o principal para o gestor é que haja avisos solicitando que os funcionários tomem cuidado com os e-mails que recebem. “Há muitos links disfarçados que dão acesso para um servidor externo, trazem o vírus e ransomwares [software fraudador] que podem roubar informações”, explica ele.
Ewerthon Sousa, especialista em redes de computadores, concorda que o colaborador pode tornar a empresa mais vulnerável. “A maioria das invasões dos sistemas acontece por conta de abertura de links com conteúdos duvidosos como rifas, jogos online, boletos falsos ou promoções a preços muito atrativos. Atualmente, os provedores já bloqueiam muitos conteúdos suspeitos, agora o mais comum são golpes pelo WhatsApp”, avalia.
O tecnólogo esclarece que o aplicativo de mensagens instantâneas mais usado no país possui uma segurança criptografada, mas não tem uma proteção de antivírus. “Clonar o WhatsApp tornou-se um golpe rotineiro. Assim que conseguem acessar a conta da vítima, o criminoso se passa por ela pedindo dinheiro emprestado para seus contatos. A pessoa do outro lado faz o depósito achando que é uma emergência quando, na verdade, é golpe”.
Recentemente, o próprio SETCESP foi uma vítima, mostrando que empresas não estão livres deste tipo de crime. O nome e logo da entidade foram usados pelos criminosos que tentaram prejudicar outras pessoas. O golpista entrou disfarçado em um dos grupos administrados pela entidade passou a enviar links no contato privado dos demais membros do grupo. Ao clicar neste link e repassar um código de verificação, os alvos tiveram seu WhatsApp clonado.
“O SETCESP não realiza nenhum tipo de contato para solicitar códigos de confirmação e nem dados pessoais. Se você receber alguma ligação ou mensagem de um número desconhecido se passando pela entidade, não forneça nenhuma informação”, solicita a gerente de comunicação da entidade, Camila Florencio.
A entidade de imediato excluiu do grupo o possível fraudador e fez vários informativos em seu site, redes sociais e no próprio aplicativo de mensagens, alertando seus associados e parceiros sobre o ocorrido, para que seu público não fosse prejudicado. O que segundo os especialistas está correto, já que a estratégia mais eficaz nestes casos é reforçar a comunicação.
“Para se proteger desses golpes e outros mais, o certo é não fornecer informações sigilosas para terceiros, como senhas de cartões de crédito e documentos. Também nunca passe o código recebido no celular para um desconhecido. Na dúvida, ligue para a empresa ou entre no site para verificar mais alguma informação”, avisa o gestor.
“Outra dica também de prevenção é sempre utilizar senhas mais fortes que combinem letras, números e símbolos e use dois fatores de autenticação para acessar uma conta em outro dispositivo, geralmente um por SMS e outro no e-mail, essas etapas são uma barreira a mais de proteção”, aconselha Sousa.
Ele também afirma ser importante manter todos os sistemas atualizados porque uma falha pode afetar a segurança. “Não adianta a empresa deixar a tecnologia defasada para economizar. Uns dos maiores bens que as empresas possuem, hoje em dia, são os dados, infelizmente, algumas que são hackeadas acabam tendo eles vazados, porque não investiram quando deveriam”, conta o tecnólogo.
Especialmente, no mundo conectado no qual as atividades de trabalho e de comunicação dependem do formato digital, é necessário fazer o possível para manter a segurança online. Afinal, o risco de sequestro e vazamento de dados pode abalar a imagem da empresa com o seu cliente, sem falar no prejuízo financeiro ao pagar um boleto falso ou realizar um empréstimo para um impostor.
voltar