Aproveitando que na próxima semana, mais especificamente no dia 25 de julho — será celebrado o Dia do Motorista, o Vez & Voz promoveu uma live para comemorar esta profissão tão essencial para o nosso país e, que tem cada vez mais espaço para as mulheres atuarem.
Paulla Demeneghi, ex-caminhoneira, empresária e consultora de desenvolvimento de liderança, conduziu o bate-papo com os participantes convidados.
“Hoje, vamos falar sobre elas: as mulheres motoristas. Lugar que também já ocupei. Sei que ainda falta muito para chegarmos na tão desejada equidade de gênero, porque entre mais de 82 milhões de CNHs válidas no Brasil, no ano passado, somente 28 mil eram de mulheres na categoria E. Ainda é muito pouco, mas este cenário está mudando”.
Na sequência, Amanda Novembrino, supervisora de sustentabilidade da Coopergarca, apresentou o projeto Mulheres no Volante, vencedor do Prêmio Vez & Voz, deste ano. Ela contou que as mulheres motoristas da empresa dirigem os veículos movidos a energia limpa. “Foi uma forma de trazer prestígio a elas e luz para o tema equidade no setor”.
Urubatan Helou, presidente da Braspress, empresa que foi uma das pioneiras na contratação de mulheres motoristas, contou como foi o início. “Foi em 1998, em que tivemos a nossa primeira motorista mulher. Não foi um projeto que nasceu com grandes ambições, não havia outro objetivo na época a não ser o de marketing”, contou.
Só que, segundo ele, outros valores foram percebidos ao longo do tempo com a atuação das mulheres, como maior receptividade para a capacitação, menos infrações de trânsito e melhor conservação do veículo. Hoje, a Braspress possui cerca de 280 profissionais mulheres neste cargo, que dirigem desde vans até bitrens.
“Nenhuma motorista fica mais do que 48h fora de casa. Isso porque temos vários pontos de parada espalhados no país inteiro, onde há a troca da tripulação. Quando você se preocupa com as pessoas, tudo dá muito certo”, observou Urubatan.
“Não existe nada que a mulher não possa fazer”, avaliou Patricia Mussato, gerente de cultura e pessoas do Grupo Contatto, especializado no transporte de produtos perigosos, que abriu as portas para a contratação de condutoras mulheres por meio do projeto Academia de Motoristas. “Identificamos essa necessidade de termos mais mulheres, acreditamos no potencial delas e investimos no treinamento”, disse.
Outra convidada, Larissa Mendes, gestora de Gente e Gestão da Transpedrosa, falou que a empresa sempre prezou pela diversidade, mas em um certo momento percebeu que não estava dando tanto foco para as mulheres motoristas.
“Então, fizemos uma reflexão: será que as mulheres que estão trabalhando conosco estão se sentindo felizes? A partir daí descobrimos que precisávamos fazer melhorias. Coisas simples, mas que precisavam ser feitas”. A Transpedrosa criou o programa Mulheres no Volante e dentre os avanços realizados pela empresa, foram construídos vestiários e banheiros femininos para as mulheres da operação.
Por fim, os convidados destacaram o quanto é importante a ampliação das profissionais motoristas para as transportadoras, já que o mercado profissional tem sentido a escassez desta mão de obra. “Estamos de portas abertas para aquelas que desejam dar este passo”, afirmou a gerente do Grupo Contatto.
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