A produção industrial brasileira registrou teve leve alta de 0,1% em setembro na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (1).
O resultado manteve uma tendência de estabilidade percebida ao longo do ano, após uma alta de 0,4% no mês passado. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM).
Na comparação com setembro de 2022, na série sem ajuste sazonal, houve alta de 0,6%. Considerando o acumulado no ano, houve uma queda de 0,2% e o acumulado em 12 meses apresentou variação nula (0,0%).
O resultado veio em linha com as expectativas do mercado, que calculava estabilidade na comparação mensal e crescimento de 0,5% na base anual, segundo estimativas da Bloomberg.
André Macedo, gerente da pesquisa, explica que o resultado de setembro da produção industrial nacional marca o segundo mês seguido de crescimento, mas não altera o comportamento de menor dinamismo que a caracteriza nos últimos meses.
“Para além disso, no índice desse mês, observa-se predomínio de taxas negativas, alcançando três das quatro grandes categorias econômicas e 20 dos 25 ramos industriais investigados”, destaca.
Mas o pesquisador salienta ainda que, mesmo com os dois meses seguidos de resultados positivos, o setor industrial ainda se encontra 1,6% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 18,1% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Resultado por atividade
Na comparação mensal, somente uma das quatro grandes categorias econômicas e cinco dos 25 ramos industriais pesquisados mostraram crescimento na produção.
Entre as atividades, a influência positiva mais importante veio de indústrias extrativas, que avançou 5,6% no mês, após acumular perda de 5,6% no período julho-agosto de 2023.
Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram de produtos químicos (1,5%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,5%).
Por outro lado, entre as 20 atividades com redução na produção, produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-16,7%), máquinas e equipamentos (-7,6%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,1%) exerceram os principais impactos negativos.
Macedo pontua ainda que os 3 ramos que mais influenciaram negativamente o setor industrial nesse mês também exerceram impactos positivos relevantes em agosto último. E essa tem sido uma característica da produção ao longo do ano: quedas e avanços que se eliminam.
“Isso também acontece com a indústria geral e fica bem caracterizado quando comparamos o patamar de setembro de 2023, que é o mesmo de maio desse ano, com o de dezembro de 2022: verifica-se um saldo positivo de somente 0,3%. Ou seja, passados 9 meses de 2023, a indústria só avançou 0,3% frente ao patamar que havia encerrado o ano de 2022”, esclarece.
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