O transporte feito com caminhões no Brasil é crescente e de grande importância. Hoje, 61% das cargas são transportadas pelas rodovias. De acordo com a Secretaria Nacional de Trânsito, esse mercado de trabalho contempla 2 milhões de caminhoneiros e o país tem cerca de 4,39 milhões de Carteiras Nacionais de Habilitação para veículos pesados, mas, entre eles, apenas 2,81% são mulheres.
Na contramão do mercado, o Grupo Mirassol, quer atrair mulheres para cargos ligados ao transporte de cargas, manutenção de veículo e para a função de motorista. Um exemplo recente foi a contratação da Rayhana Crisllan da Silva, de 33 anos, para a função de Motorista Carreteiro, na unidade de Jundiaí, no interior de São Paulo.
Nascida em São Luís, no Maranhão, Rayana foi criada em uma família de caminhoneiros, e, desde pequena sempre esteve em contato com esses veículos pesados. Muito jovem, aprendeu a dirigir em uma caminhonete, e assim que fez 18 anos, recebeu grande incentivo de seu padrasto que ajudou a tirar sua primeira habilitação na categoria B, para veículos de passeio. Pouco tempo depois, ele também deu força para que ela tirasse a habilitação na categoria D, para ônibus e vans.
“Nunca me esqueço, quando questionei meu padrasto porque ele estava me incentivando a dirigir esses tipos de veiculos. Nesta ocasião, ele me disse que um dia eu poderia precisar dessa habilitação para ganhar dinheiro e que conhecimento nunca seria demais. Naquele momento eu não entendi nada, mas aceitei meu destino”, relembra Rayana.
Como a maioria dos casos, Rayana foi muito criticada por fazer aquela escolha, principalmente de seu parceiro na época, “muitas pessoas me diziam que categoria D era para homens, que nunca tinham visto uma mulher trabalhando na área e que eu nunca conseguiria uma posição neste mercado”, conta. Rayana foi bastante resiliante, ouviu todas as críticas, mas não desitiu. “Assim que tirei minha habilitação D, duas empresas na minha cidade me deram a oportunidade de trabalho. Acreditaram em mim, e eu comecei a fazer entregas de coletivo, sem contar para ningúem, com receio de ser julgada. Foi a forma que eu conseguiiniciar na carreira e ganhar confiança”, completa.
Nessa primeira empresa, o chefe da manutenção tinha precoceito por ela ser mulher, então todos os trabalhos que ele direcionava a ela eram em carros velhos ou com defeito. E assim foi apredendo tudo sobre manutenção, porque toda vez que um quebrava, ela buscava entender o porque e perguntava tudo para os mecânicos. “As vezes as pessoas acham que estão nos fazendo o mal (dando os veículos com defeito para dirigir), mas na verdade estão fazendo o bem, estão nos desafiando, para adiquirirmos conhecimento e aprender com essas vivências. Sempre preferi pensar desta forma,” reflete Rayana, que fez de uma dificuldade, uma oportuniodade para adquirir conhecimento na prática.
A motorista passou por um longo caminho trabalhando com ônibus, até tirar sua habiltação E, quando pôde trabalhar com caminhão pequeno, depois carreta, até ter condições para fazer viagens de maiores distâncias, nestes veículos. Atualmente, está contratada do Grupo Mirassol, trabalhando em Jundiaí, fazendo a transferência entre os CDS de um dos principais clientes da empresa, e ainda conta com o apoio e estrutura que vizam impulsioná-la na carreira, investindo em seu desenvolvimento.
“Temos muito orgulho de poder integrar a Rayana ao nosso time. Queremos, cada vez mais, dar oportunidades para essas mulheres que tem paixão pelo transporte e ainda melhor quando podemos contar com a bagagem que ela traz,” comenta Luciana de Melo, gerente de RH e ESG do Grupo Mirassol.
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